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Sindicato atento a ameaças de demissões no Itaú

Linha fina
Gerentes operacionais estão sendo obrigados a indicar nomes; entidade cobra fim do assédio moral
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São Paulo – Cobranças por metas, assédio moral e para piorar a situação, ameaças e demissões. Essa é a realidade que os gerentes operacionais do Itaú Unibanco na Região Leste 1 estão enfrentando. A área, responsável por 40 agências, recebeu a divulgação de ranking “baixo” em relação à proposta do Gerente de Suporte Operacional (GSO) e está sendo pressionada a colocar em prática uma “meta de ajuste de quadro”.

Segundo a diretora executiva do Sindicato Marta Soares, a confusão já está armada quando o banco não cumpre o acordo firmado em 2011, na convenção coletiva em que se compromete não publicar o ranking individual dos empregados. Segundo ela, a meta significa o corte de um funcionário por agência dessa região, ou seja, aproximadamente 20 trabalhadores estão com seu emprego ameaçado. “As demissões já são traumáticas, é um prejuízo para toda a sociedade e, imposta dessa forma, em que os gerentes operacionais são pressionados para indicar um nome em cada local de trabalho, mostra que o critério adotado pelo banco é constrangedor”, diz a dirigente.

A realidade das agências é bem diferente da prática de demissões. “Falta funcionários, principalmente na bateria de caixas, onde os bancários, além da responsabilidade de manusear o numerário, trabalham com tensão o dia todo para não apresentar diferenças de dinheiro no fim do dia. Eles enfrentam más condições de trabalho, são assediados o tempo todo para cumprir metas de venda de produtos e, ao mesmo tempo, prestar atendimento aos clientes”, explica Marta.

Em visita às agências bancárias, o Sindicato constatou que muitas vezes é o gerente operacional que está nos caixas, atendendo clientes. “Sua função não é a de atender clientes e a situação comprova a falta de funcionários nas agências. Reivindicamos mais contratações para melhorar o atendimento aos clientes e o fim das demissões imotivadas”, completa Marta Soares.

Segundo a dirigente sindical, em nome do que o banco chama de meta de ajuste de quadro, e em função de um cálculo de produtividade e do fim do convênio com a Eletropaulo a partir de junho, e da Sabesp a partir de agosto, o banco ranqueou as agências que serão obrigadas a conspirar com essas demissões. “A direção do banco precisa saber que estamos acompanhando essa situação, estamos de olho, não ficaremos de braços cruzados diante de demissões imotivadas”, alerta Marta.


Gisele Coutinho – 26/4/2012

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