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Itaú promete soluções e Sindicato vai cobrar

Linha fina
Em reunião, dirigentes sindicais cobraram reivindicações novas e antigas que prejudicam a rotina de trabalho dos bancários de agências e departamentos
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São Paulo – Muitos problemas, pouca solução. Diante de tantas demandas dos funcionários do Itaú, representantes do sindicato se reuniram com a direção do banco na quinta-feira 11 para cobrar algumas atitudes para melhorar a rotina nas agências e nos departamentos.
 
O horário de almoço dos gerentes operacionais é um desses problemas. Nas agências de pequeno porte, gerentes não conseguem almoçar por falta de funcionários. “O banco se comprometeu a avaliar a situação e dar retorno nos próximos dias”, informa a dirigente sindical da Fetec/CUT-SP Valeska Pincovai.
 
O polêmico horário estendido em agências de shopping foi outro assunto na reunião. “Devido à falta de funcionários nessas unidades, os bancários são obrigados a trabalhar das 8h às 22h para cumprir a ampliação do funcionamento, determinada de maneira unilateral”, destaca Valeska.

Após a paralisação realizada pelo Sindicato na zona leste, representantes do banco afirmaram que um levantamento foi feito em cada uma das agências e foi constatado o problema, que será solucionado.

Já sobre a questão da mudança de horário, o banco finalmente se posicionou. “Como a alteração atrapalhou a rotina fora do trabalho de muitos bancários, cobramos isso da instituição financeira em dezenas de protestos e em várias reuniões. Nessa reunião eles nos informaram que, nas unidades dos shoppings, os funcionários prejudicados terão a opção de transferências para outras agências”, explica Valeska. A dirigente ressalta que caso o trabalhador tente a transferência e não consiga, deve entrar em contato com o Sindicato. “Nossa postura é a mesma. Somos contra o horário estendido em qualquer agência, e caso seja realmente necessário, isso só pode ocorrer com dois turnos de trabalho e mais contratações.”

Metas – Segundo Valeska, a instituição financeira segue descumprindo o acordo da Convenção Coletiva de Trabalho, que proíbe a divulgação de ranking. “Esses bancários não podem ser expostos. O banco informou desconhecer o problema denunciado, mas irá verificar.”

As metas abusivas também foram denunciadas na reunião. Bancários com função de caixa estão enfrentando dificuldades. “Caixa não deve cumprir metas. Essa cobrança exacerbada está atrapalhando o andamento desse trabalho que é específico e a situação atinge tanto o trabalhador quanto os clientes”, destaca Valeska.
 
Outra demanda dos bancários é a necessidade do retorno da bobina de caixa para conferência, já que, após a implantação do sistema os funcionários não conseguem encontrar as diferenças e enfrentam problemas técnicos constantemente. O banco anunciou que a bobina não voltará, mas que analisará os problemas técnicos em busca de solução.
 
Áreas – Recentemente a direção do Itaú anunciou a extinção e fusão das áreas de crédito a empresas Emp 1, 2, 3 e 4. As Emp 1 e 2 serão transferidas para o banco de investimentos Itaú  BBA e as Emp 3 e 4 passam para o Varejo. “Questionamos sobre a mudança e cobramos urgentemente do banco o quadro de realocação dos funcionários e a mudança de cargos. Ficaram de nos apresentar”, explica a dirigente.
 
Sobre mudança de nomenclatura de caixa para assistente de negócios, que já está sendo colocada em prática nos postos de atendimento bancários (PAB’s), a prática não será implantada em agências. “Cobramos a descaracterização do cargo de caixa e o acúmulo de funções. Aguardamos o projeto completo dessa mudança.”  
 
Departamentos – A falta do piso tátil no Centro Empresarial Itaú Conceição (Ceic) continua na pauta de reivindicação. Segundo Valeska, o banco possui um projeto em andamento, mas ainda não o apresentou ao movimento sindical. No entanto, as áreas externas deverão ter a adequação de acessibilidade em parceria, já que são dependências do Metrô e da Prefeitura.  
 
No CAU e CTO, o principal problema é em relação ao sobreaviso dos analistas de sistema, obrigados a ficar à disposição pelo celular. A Súmula 428 reconhece sobreaviso em escala com celular, o problema já havia sido enviado ao banco, mas continua sem retorno após essa reunião. “Também solicitamos a apresentação do projeto de construção do polo de Mogi Mirim”, completa Valeska.
 
No CTO, a falta de médicos no período noturno, horário em que trabalham 400 funcionários, é motivo de dor de cabeça. O banco informou que uma enfermeira estará a disposição dos bancários e caso o atendimento seja de emergência será solicitada ambulância. “Nós sabemos que é necessário o médico e reafirmamos isso. Ainda cobramos a ampliação do horário de atendimento da fisioterapia”, reitera a dirigente sindical. Para utilizar o serviço, os bancários enfrentam longas filas.
 
Terceirização – O Sindicato questionou a terceirização no CA Vila Mariana. Os representantes do banco afirmaram que os trabalhadores terceirizados não estão exercendo funções da categoria bancária. “Estamos de olho e se flagrarmos esse desvio exigiremos o enquadramento dessas pessoas na nossa categoria.”
 
Cipa – Foram relatados por representantes do Sindicato todos os problemas nas eleições de Cipas do banco. A questão será repassada para a área de segurança do trabalho para ser resolvida definitivamente. Saúde ocupacional será debatida em outra reunião.


Gisele Coutinho - 12/4/2013

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