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Bancária grávida é reintegrada no Santander

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Banco não aceitou exame de sangue que atestava gravidez e demitiu trabalhadora, ferindo cláusula da convenção coletiva da categoria; Sindicato interferiu e cancelou processo de homologação
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São Paulo – Mesmo informando o banco sobre a gravidez uma bancária foi demitida do Santander. Nesta semana, graças à atuação do Sindicato, a trabalhadora foi reintegrada. O caso demonstra que mesmo com direitos conquistados com muita luta é necessário um monitoramento constante para que as empresas cumpram seus deveres estabelecidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

No caso do Santander, o banco exigiu um exame de ultrassonografia para confirmar a gravidez, alegando que o teste positivo do exame de sangue não era suficiente. “A bancária sentiu-se constrangida pelo procedimento e procurou seu médico pessoal para realizar o exame, em seguida encaminhou ao RH do banco”, explica a diretora do Sindicato Wanessa Queiróz. Segundo a dirigente, o gestor comunicou o RH e pediu que a trabalhadora aguardasse uma resposta do banco que foi a demissão.

> Licença-maternidade de seis meses é conquista

O Sindicato interferiu assim que o banco agendou a homologação. “Entramos em ação imediatamente solicitando ao RH e Relações Sindicais o cancelamento da dispensa”, alerta Wanessa. “Fomos até o local de trabalho para averiguar se existiam motivos que justificassem a demissão e nada foi alegado”, ressalta.

O Santander foi notificado de acordo com as cláusulas da CCT da categoria, que prevê estabilidade para as mães considerando o período de gestação, a licença-maternidade e mais 60 dias após o nascimento do filho.

O dirigente sindical Maurício Danno realizou reunião na agência em que a bancária trabalha e orientou os funcionários sobre a importância das conquistas da categoria bancária, como a licença-maternidade de seis meses. “As bancárias do Santander também devem usufruir o direito a amamentação de até 10 dias corridos, assim como realizar todos os exames pré-natal”, ressaltou.

Ao retornar para o trabalho, a bancária foi acompanhada por representantes do Sindicato. “Continuaremos monitorando o caso para garantir que a trabalhadora não sofra retaliações. Também seguimos na luta para divulgar aos novos bancários e relembrar os que já estão na categoria há anos que direito conquistado deve ser usufruído. Esse é o caso, por exemplo, da licença-maternidade ampliada para seis meses, conquista da campanha nacional de 2009”, conclui Wanessa.


Gisele Coutinho – 28/4/2015
 
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