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Defesa da democracia nos 93 anos do Sindicato

Linha fina
Entidade inicia semana de atividades para celebrar seu aniversário lembrando luta histórica em defesa dos direitos e da liberdade, e alertou: sem respeito ao Estado Democrático de Direito, todos perdem
Imagem Destaque
São Paulo – A atuação sindical transcende a luta por direitos da categoria bancária e deve atingir toda a sociedade. Com essa convicção cravada em seu DNA, o Sindicato iniciou nesta segunda-feira 11 as comemorações pelos seus 93 anos de história com a Ação da Cidadania – um conjunto de atividades, serviços e atrações instalados na Praça do Patriarca, centro de São Paulo, de 11 a 15 de abril. A entidade celebra dia 16 o aniversário.

> Fotos: galeria da Ação da Cidadania
> Vídeo: matéria especial feita pela TVB
Programação dos serviços grátis no centro

“São 93 anos que têm tudo a ver com o centro de São Paulo e agente nao podia comemorar sem a população. São 93 anos lutando pela igualdade, pela liberdade, pela democracia, pela classe trabalhadora. São 93 anos de lutas e conquistas, e os bancários participaram e continuarão participando de todas as lutas importantes deste país”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato e bancária do Bradesco, na abertura das comemorações.

A dirigente fez uma defesa enfática da democracia. “A gente tem que estar atento ao que está acontecendo no país, tem que continuar lutando pela democracia, pelo respeito ao estado democrático de direito, porque todas as vezes em que o Brasil viveu em um estado de exceção, os trabalhadores perderam. A gente tem que aprender a respeitar o diálogo sobre tudo, sem o ódio, que não nos leva a lugar nenhum”, afirmou.

> Uma ponte para o... fim dos direitos trabalhistas!

E a brasilidade de Gilberto Gil, Milton Nascimento, Chico Buarque, Maria Bethânia – artistas que sempre se engajaram na defesa da democracia e foram perseguidos durante a ditadura militar – embalou as comemorações deste primeiro dia através do Sinhá Flor, trio de baião e forró formado apenas por mulheres. O que tem tudo a ver com o Sindicato, ressaltou Marcelo Gonçalves, secretário Cultural da entidade e bancário do Santander.

“A nossa luta é para que as mulheres ocupem cargos de chefia nos bancos, o que ainda não acontece, mas a maior parte da diretoria executiva do nosso Sindicato é formada por mulheres”, lembrou Marcelo. “Estamos iniciando as comemorações com esse trio para reforçar que lugar de mulher é em todo o lugar”, emendou Juvandia.

“A forma de fazer a nossa luta é com a nossa arte, com o nosso amor, e é isso que a gente está fazendo. Uma luta para vencer o ódio, uma luta pela democracia”, declarou, emocionada, a vocalista a e sanfonista Cimara Fróis.

Em seguida, a praça foi tomada pela música. Enquanto uns dançavam, outros aproveitavam os serviços a disposição. Os mais disputados foram o os exames de glicemia e de pressão arterial.

“Me fez lembrar a minha terra”, disse José das Neves, pedreiro pernambucano de 62 anos, enquanto esperava na fila ao som de Carcará, musica eternizada por Maria Bethânia: “carcará, pega, mata e come, carcará, num vai morrer de fome, carcará, mais coragem do que homem”.

A chefe de limpeza Marileide dos Santos também aprovou a iniciativa do Sindicato. “Muito bom. A gente trabalha tanto e nunca tem tempo de cuidar da gente mesmo, da nossa saúde.” Ao fundo, as moças do Sinhá Flor tocavam Milton Nascimento. “Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor, é a dose mais forte e lenta, de uma gente que ri quando deve chorar, e não vive, apenas aguenta.”


Rodolfo Wrolli – 11/4/2016
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