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Chapéu
Luta

Reunião entre COE e Bradesco assegura conquistas

Linha fina
Banco atendeu reivindicações do movimento sindical e garantiu licença-adoção para casais homoafetivos e a possibilidade de migração de valores entre VR e VA
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Foto: Jailton Garcia / Contraf-CUT

São Paulo – Em reunião entre a COE do Bradesco (Comissão Organizativa dos Empregados) e representantes do banco, realizada na terça-feira 11, foram asseguradas duas importantes conquistas aos funcionários da instituição: possibilidade de migração de valores entre vale-refeição e vale-alimentação, além da licença-adoção tanto para casais héteros como também para homoafetivos.

Representando os bancários, estiveram presentes na reunião a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, e os dirigentes João Paulo, Maria de Lourdes e Sandra Regina, além de membros da COE de outros estados. 

Licença-adoção – O Bradesco informou que vai atender a reivindicação do movimento sindical e assegurar aos funcionários a licença-adoção, de igual período da licença-maternidade - que no caso dos bancários é ampliada para 180 dias, conforme Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria - tanto para casais héteros quanto para homoafetivos, incluída a estabilidade provisória no emprego até 60 dias após o término da licença. 

Para casais héteros, a mãe terá direito ao período da licença-adoção e o pai, à licença-paternidade ampliada de 20 dias. Já no caso dos homoafetivos, apenas uma pessoa do casal terá direito à licença-adoção.

“Esta conquista, fruto da luta do movimento sindical, valoriza a diversidade e o respeito para com as diferentes configurações familiares”, comemora a dirigente sindical e bancária do Bradesco Sandra Regina. “Cobramos que, no caso dos casais homoafetivos, uma das pessoas tenha direito a licença-adoção, correspondente ao período da licença-maternidade ampliada, e a outra usufrua da licença-paternidade ampliada. O banco está avaliando esta questão”, acrescenta.

VA e VR – O Bradesco também atendeu a reivindicação dos bancários para que seja possível escolher quanto receber no vale-alimentação e no vale-refeição, realizando a migração de valores entre ambos.

Na reunião, o banco informou que está em desenvolvimento uma alteração no SAP - sistema interno para funcionários - para que seja permitada a escolha ao bancário, até o dia 10 de cada mês, de qual valor receberá em cada cartão no crédito seguinte, realizado no dia 30. O bancário poderá migrar qualquer valor que desejar entre os cartões. Segundo o banco, a migração de valores - que também é válida para a 13º cesta alimentação - estará disponível a partir da segunda semana de setembro.

“A liberdade de migrar valores entre o VR e o VA possibilita que o bancário possa escolher qual a melhor opção para a sua rotina”, avalia Sandra.

Outras questões – Na reunião também foram abordadas outras questões de interesse dos bancários do Bradesco, como o parcelamento do adiantamento de férias, vale-cultura e demissões.

Sobre o parcelamento do adiantamento de férias em até dez vezes sem juros - antiga reivindicação do movimento sindical para que o trabalhador não fique desassistido no retorno ao trabalho - os representantes do banco informaram que neste momento não será possível atender a demanda.

“Vamos continuar cobrando do banco que reavalie sua posição sobre o parcelamento. Acreditamos que o Bradesco pode atender a reivindicação e assim valorizar seus funcionários, que garantiram um lucro de mais de R$ 17 bilhões em 2016”, destaca a dirigente. 

Quanto ao vale-cultura, os integrantes da COE levaram ao conhecimento do banco o fato de que bancários estão queixando-se de que não conseguem utilizar os créditos que possuem no cartão, que consta como cancelado. Os representantes do Bradesco esclareceram que para usar os créditos antigos o bancário deve entrar em contato com a empresa Alelo e solicitar a reativação.

Temos cobrado do ministério da Fazenda a continuidade do vale-cultura. Esta é uma conquista dos trabalhadores. Os bancários, como a primeira categoria a incluir o vale-cultura na sua Convenção Coletiva de Trabalho, reivindicam que o programa seja retomado o quanto antes”, enfatiza Sandra.

Por fim, a COE cobrou o fim das demissões no Bradesco. Nos últimos três meses do ano passado o banco fechou 1.129 postos de trabalho. Somente em São Paulo, Osasco e região, entre dezembro e janeiro, 533 empregos foram extintos.

“O banco insiste que as demissões estão relacionadas com aposentadorias e funcionários que pedem para deixar a instituição. Entretanto, o que temos acompanhado é uma crescente extinção de postos de trabalho. Cobramos que seja apresentado o quadro de admissões do primeiro trimestre do ano. Não existe justificativa para um banco que lucrou mais de R$ 17 bilhões ano passado continuar demitindo trabalhadores desta maneira, sobrecarregando ainda mais os bancários que permanecem na instituição”, conclui a dirigente sindical.

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