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Itaú Unibanco pisa na bola com funcionários

Linha fina
Trabalhadores revoltados com dispensas iniciam uma série de manifestações e denunciam que campanha “Vamos jogar bola” esconde a verdadeira face da instituição financeira
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São Paulo - Quem vê a propaganda do Itaú Unibanco na mídia, “Vamos jogar bola”, não imagina a realidade vivida pelos bancários da empresa: demissões, assédio moral, terceirização e condições precárias de trabalho. Na luta para mudar essa situação, Sindicato e funcionários da instituição financeira iniciaram nesta quarta 9 uma série de manifestações para pressionar a direção do Itaú e denunciar a situação no banco aos clientes e à sociedade. Os primeiros protestos foram realizados em agências da zona leste da capital e no bairro do Cambuci, na região central.

> Sindicato protesta contra demissões no Itaú Unibanco

Durante o ato, que abrangeu cerca de 700 bancários, os dirigentes sindicais distribuíram carta aberta à população, na qual relatam a política de demissões colocada em prática desde a fusão entre Itaú e Unibanco, em 2008. “Nesse período, milhares de pais e mães de famílias foram dispensados sem justificativa, mesmo com o banco batendo recordes de lucro. Só nos três primeiros meses de 2012, por exemplo, o Itaú pagou todas as suas despesas com tributos, funcionários, entre outras, e ainda ficou com R$ 3,426 bilhões, realidade fora do comum em qualquer outro ramo da economia. Com tanto dinheiro em caixa, demitiu centenas de trabalhadores”, informa o documento.

> Vídeo: matéria especial sobre a paralisação

O diretor executivo do Sindicato Daniel Reis ressalta a necessidade de todos os setores darem sua contribuição ao país gerando mais empregos. “Mas o Itaú está na contramão. Enquanto gasta rios de dinheiro em peças publicitárias, bancários vão ao trabalho sem saber se será seu último dia. Há relatos de colegas com vários anos de casa e boas avaliações sendo demitidos e substituídos por empregados com remuneração menor”, relata o dirigente. “É uma forma perversa de economizar com os trabalhadores. Isso revela que o banco está sem comando, sem direção: uma situação inaceitável.” Daniel ressalta que, além das manifestações públicas, a entidade irá tomar outras medidas para que o Itaú cesse as dispensas. “Queremos a retomada do processo de negociação, mas só voltaremos à mesa se o banco suspender as demissões. Enquanto isso não ocorrer, os protestos irão continuar.”

A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, afirma que as demissões serão denunciadas ao Ministério do Trabalho e Emprego. “O provisionamento feito pelo banco no lucro do primeiro trimestre (37,7%, cerca de R$ 7,1 bi) daria para o Itaú adquirir uma empresa do porte da TAM. Demissões e substituições de trabalhadores mais antigos e experientes não se justificam.”


Redação - 9/5/2012

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