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Mediação debate transferência de bancários do BB

Linha fina
Campanha pela permanência dos trabalhadores no Centro completou um mês e conta com adesão de centenas de comerciantes da região
Imagem Destaque

São Paulo – Segue a todo vapor a campanha promovida pelo Sindicato para conscientizar os comerciantes do Centro sobre a transferência de cerca de 2 mil funcionários do Banco do Brasil e mais mil terceirizados dos complexos CSO, CSI e CSA para um prédio no bairro da Lapa.

E na quinta-feira 16, mediação coletiva convocada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) a pedido do Sindicato, reunirá representantes dos bancários e banco para debater o assunto.

Com o mote "Bom para os funcionários? Bom para os comerciantes? Bom para quem?", a campanha dos cartões completou um mês na sexta-feira 10. Eles trazem explicações sobre a transferência, são assinados pelos donos de estabelecimentos e funcionários e depois entregues ao Sindicato. Ao final da campanha, a entidade irá encaminhá-los à direção do banco para atestar o descontentamento com relação à mudança.

Até agora, cerca de 300 comerciantes, comerciários e pessoas que frequentam o centro velho aderiram ao esforço por acreditar que a mudança dos trabalhadores do Banco do Brasil irá prejudicar a economia da região.

A lojista Luana Barbosa crê que com a transferência o movimento no estabelecimento onde trabalha vai desabar. “Metade dos clientes da nossa loja é de pessoas que trabalham nesse prédio do Banco do Brasil”, afirma a comerciária.

O vendedor Tarcilio Sfrizio diz não entender por que os funcionários serão transferidos de um prédio próprio do BB para outro, alugado. “Não acho certo, até porque o banco vai acabar tendo um custo pra isso. Vão ter que ficar pagando aluguel, sendo que poderiam estar investindo esse dinheiro em outras coisas.”

O diretor-executivo do Sindicato Ernesto Izumi ressalta que o setor que deu parecer favorável para a transferência foi o Centro de Serviços de Logística. “Essa área é liderada pelo gerente-geral Leonel. Agora a questão está na mão da Genop. O banco muda, mas fica tudo igual, sem diálogo. Queremos uma posição oficial da diretoria do banco.”

Terreno contaminado – A transferência acarretará outros transtornos para os bancários, já que no entorno do prédio há poucas opções de restaurantes. Mas o principal problema será conviver com o solo contaminado onde se localiza o imóvel para o qual os bancários podem ser transferidos.

Para Ernesto, a transferência para a Lapa sem garantias de segurança ameaça a saúde dos trabalhadores. “A locomoção também será mais difícil para grande parte dos funcionários. Haverá ainda custo para o banco, pois terá de arcar com aluguel e condomínio. Custará 10, 15 ou 20 milhões por ano e beneficiando empresas privadas?”, questiona o dirigente.

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) confirmou que no terreno foram encontrados produtos químicos como solventes clorados. Além disso, a antiga ocupante do local, a Siemens, não cumpriu todas as exigências necessárias para a disponibilização da área. A empresa chegou a ser autuada pelo órgão por não executar análise para averiguar a presença de vapores nocivos à saúde dos trabalhadores.

Participação – O Sindicato ressalta que a união e a mobilização são fundamentais para impedir a transferência, e pede para que comerciantes e comerciários continuem assinando os cartões e os depositem em uma urna que está à disposição na portaria do Sindicato (Rua São Bento, 413).


Rodolfo Wrolli – 13/05/2013

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