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Bancária vira escudo humano em assalto a agência

Linha fina
Funcionária do Santander chegou a ficar 40 minutos em poder de bandidos armados durante negociação com a polícia. Sindicato exige CAT e atendimento psicológico
Imagem Destaque

São Paulo – Uma agência do Santander na zona norte foi alvo de tentativa de assalto na manhã desta quinta-feira 8. A ação foi surpreendida pela Polícia Militar e uma bancária foi usada como escudo humano pelos bandidos, durante negociação com os policiais que durou aproximadamente 40 minutos. Os assaltantes se entregaram e ninguém saiu ferido.

A bancária foi medicada em hospital próximo e depois foi a uma delegacia de polícia prestar depoimento. A agência foi fechada após o ocorrido. “Vamos exigir que o banco tome as providências cabíveis: que emita a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), disponibilize atendimento psicológico para os bancários que sofreram o trauma, e mantenha a agência fechada até que haja condições de trabalho”, diz a diretora do Sindicato Márcia Basqueira, informando que a unidade ficou com um vidro da frente quebrado por conta de um tiro disparado pela polícia.

A ação – A gerente responsável por abrir a agência foi rendida pelos assaltantes no estacionamento, por volta das 8h. Eram cinco homens, sendo que dois ficaram do lado de fora e três dentro, esperando a chegada de uma segunda gerente para abrir o cofre. Ela chegou e, em seguida, outra funcionária. Foi nesse momento que a PM foi acionada por um segurança da unidade, que estranhou as luzes ainda apagadas às 8h30 da manhã. Duas das funcionárias conseguiram se trancar no cofre e a terceira foi usada na negociação do bando com a polícia.

“É reivindicação antiga do movimento sindical que os bancários não fiquem com as chaves do cofre da agência porque está mais do que provado que isso os torna alvo de ações criminosas e põe suas vidas em risco”, ressalta Márcia.

A dirigente destaca ainda que a cláusula 32 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria prevê que o banco avalie o pedido de realocação do bancário que foi vítima de assalto na unidade. “O funcionário que passa por esse tipo de trauma têm direito de ser transferido, caso queira”, explica a dirigente.

A cláusula 32 determina ainda que o banco deve proporcionar atendimento médico ou psicológico, comunicar à Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), quando houver, e registrar Boletim de Ocorrência policial.

Falta de segurança – A agência em questão já foi alvo de outras ações criminosas, como explosão de máquinas do autoatendimento. Como se situa em uma área perigosa, os funcionários eram escoltados por seguranças do banco ao chegar e sair. O problema é que a empresa interrompeu a escolta e os bancários voltaram a ficar vulneráveis a ações como a desta quinta.

Outro problema foi que o Santander cortou o convênio com a empresa que fazia a fiscalização do estacionamento da unidade, onde a gerente foi surpreendida.

“O Sindicato vem cobrando providências do Santander, que não nos deu qualquer resposta. Mais do que nunca vamos pressionar por mais segurança porque a situação chegou num limite: uma bancária ficou mais de meia hora com uma arma na cabeça! É inadmissível que os funcionários convivam com tal insegurança e sofram ameaça de morte no seu local de trabalho. O banco tem de se responsabilizar pela vida de seus trabalhadores”, enfatiza a dirigente sindical.


Andréa Ponte Souza – 8/5/2014

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