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Empregados denunciam "pede para sair" na Caixa

Linha fina
Em reunião com a vice-presidência de Gestão de Pessoas, dirigentes sindicais criticam submissão à cobrança de resultado
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São Paulo – Imagine ser colocado para trabalhar em uma agência com poucos bancários, estar em período de experiência, não ter orientação adequada e ainda ser cobrado por venda de produtos. Essa é a situação de diversos empregados que têm tomado posse em alguma das unidades da Caixa Federal em São Paulo, Osasco e região.

Esses e outros problemas voltaram a ser o centro dos debates com o alto escalão da direção da empresa. Dessa vez, as foram relatadas por dirigentes do Sindicato e da Apcef-SP à vice-presidenta de Gestão de Pessoas, Marcia Guedes, durante reunião na quinta 15.

Os representantes dos trabalhadores denunciaram, por exemplo, indícios de discriminação a bancários em período de experiência e que muitos destes são colocados numa espécie de "pede para sair" em vez de treinados adequadamente. "A situação nas agências está tão caótica que muitas dessas pessoas são colocadas para trabalhar sem terem acompanhamento, numa pressão e cobranças insuportáveis", afirma o integrante da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) Dionísio Reis. "Há casos em que os responsáveis pelo acompanhamento do período probatório nem sequer preenchem relatórios de avaliação, pois parecem já ter traçado um perfil de quem pode ou não permanecer. A situação chegou a tal absurdo que se não tivéssemos interferido uma trabalhadora seria reprovada no período de experiência por não ter vendido um determinado produto. Ou seja, a lógica da gestão de resultado está se sobrepondo a uma adequada gestão de pessoas."

Para continuar a debater essa questão, os dirigentes sindicais cobraram que a Caixa enviasse a relação dos dispensados no período de experiência. "Com essas informações poderemos questionar ainda mais os critérios adotados para reprovar esses bancários."

A representante da Caixa se comprometeu a enviar a relação dos dispensados e outras informações aos dirigentes.

Metas – Outro tema debatido com a vice-presidenta foi a cobrança de metas abusivas e individuais. Nesse ponto os dirigentes sindicais criticaram política adotada pela direção da Caixa Federal que esta ficando igual às práticas de empresas privadas. "Deixamos claro que a Caixa tem características diferentes em relação aos demais bancos. E que seu papel social não pode ser prejudicado pela cobrança insaciável de resultado financeiro", destaca Dionísio.

Marcia Guedes adiantou que até 2016 será implantado um novo modelo de gestão por resultado individual. " A cobrança individual já impera nos bancos privado causando competição excessiva, conflitos nos locais de trabalho e adoecimento. É absurdo a Caixa pretender copiar tal modelo. Teremos de fazer uma forte Campanha Nacional para pressionar a direção do banco a rever esse modelo. A elaboração de metas tem de ter a participação dos empregados coletivamente nas unidades. Elas não podem ser impostas e individuais", diz Dionísio.

O integrante da CEE afirma, ainda, que esse tema será levado em negociação futura permanente com o banco – sem data marcada para ocorrer.

"Embora esses temas façam parte das negociações oficiais com o setor de recursos humanos do banco, também temos procurado levar esses problemas para o alto escalão da empresa para que os problemas sejam resolvidos com mais agilidade", explica Dionísio.

Além da vice-presidência de Gestão de Pessoas, representantes do Sindicato e da Apecef-SP também já se reuniram com o presidente da Caixa Federal, Jorge Hereda.

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Jair Rosa – 16/5/2014

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