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Organização de bancários brasileiros é exemplo

Linha fina
Coordenação sindical no Brasil impressiona europeus durante congresso de trabalhadores franceses do ramo financeiros; dirigente mostra que economia brasileira vai bem, apesar da crise e de ataques da mídia
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São Paulo – Apesar da crise financeira global, o Brasil apresentou crescimento maior do que as principais economias desenvolvidas (2,3%). O dado foi exposto a representantes de sindicatos de diversos países durante o 4º Congresso Nacional dos Bancários da CGT – uma das cinco centrais sindicais francesas. 

O Sindicato foi convidado a participar de um painel sobre a organização dos bancários e desafios para a ação sindical. O seminário ocorreu na França, entre 19 e 23 de maio.

“Mostramos que a situação econômica é diferente do que a mídia nacional e internacional, como o The Economist e o New York Times vendem para tentar desestabilizar o Brasil”, relata a diretora executiva do Sindicato Neiva Ribeiro.

A dirigente expôs uma análise de conjuntura econômica, social e política do país, além de explanar sobre a atual situação dos bancários e os desafios futuros da ação sindical.

Organização avançada – Neiva conta que os sindicalistas franceses ficaram impressionados com a forma de organização sindical dos bancários brasileiros, bem diferente da adotada no país europeu.

“Acharam o nosso modelo bastante avançado. Enquanto nós temos um acordo coletivo nacional unificado, que fortalece a categoria, na França existe a atuação de até sete sindicatos diferentes em alguns bancos, cada um elaborando um acordo específico diferente”, explica.

O que também chamou a atenção dos dirigentes franceses, segundo Neiva, foi a composição da diretoria recém eleita do Sindicato. “Recebemos muitos aplausos pela grande quantidade de mulheres que integram nossa executiva e diretoria”

Desafios – Durante o painel, foram expostos os desafios presentes e futuros enfrentados pelos bancários brasileiros, como por exemplo, a diminuição do número de agências (-35%) e o aumento de correspondentes bancários (1011%) entre 2003 e 2013, além das transações virtuais, que tiveram aumento de 16% entre 2009 e 2013.

Ataques – Participaram do Congresso também como convidados sindicatos de bancários da Tunísia, Romênia, Guiné Bissau, Espanha e Portugal. Nos debates foram frisadas os ataques direcionados a dirigentes sindicais em todas estes países.

“Foi consenso que grande parte da imprensa exerce papel para fortalecer a discriminação aos dirigentes sindicais com o objetivo de afastar os trabalhadores das entidades de classe”, ressalta Neiva.

A crise mundial também foi debatida durante o Congresso. Na Espanha, 26% da população está desempregada, enquanto na Grécia, o número chega a 27%. Ambos os países sofrem com a ingerência do Fundo Monetário Internacional. No Brasil, a taxa de desemprego é de apenas 4,3% atualmente.

Neiva também expôs que no Brasil, o salário mínimo acumula ganho real de 72,31%, desde 2002 beneficiando 48,2 milhões de pessoas. De acordo com a dirigente, as centrais sindicais, capitaneadas pela CUT, tiveram papel central na política de valorização do salário mínimo, por meio de dezenas de mobilizações.

“Ressaltei que o Brasil continuará avançando se nós conseguirmos manter o projeto de políticas sociais e valorização do salário mínimo. Do contrário, sofremos a ameaça de retrocedermos aos anos de políticas neoliberais, que têm como marca o desemprego, a diminuição dos direitos trabalhistas e o avanço das privatizações sobre empresas públicas como a Petrobrás e o Banco do Brasil, por exemplo, que não beneficiam nem o Brasil e nem os brasileiros”, afirma Neiva.


Rodolfo Wrolli 26/5/2014
 

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