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São Paulo – O Centro de Pesquisas 28 de Agosto apresentou na segunda-feira 4 resultados preliminares do estudo O universo das relações de consumo e direito do consumidor, que está sendo realizado pela instituição. A partir de julho uma série de artigos e seminários de estudos anteriores será lançada.
Segundo o professor e coordenador do Centro de Pesquisas, Moisés Marques, o trabalho nasceu da indagação: “O que podemos fazer para tentar entender o fenômeno do consumo?”. Marques explica que para isso a pesquisa aborda as diversas dimensões, situando o consumo em suas faces mundial e nacional. “O consumismo virou uma ideologia, uma virtude. Ele é quem ganhou a guerra ideológica do século XX”, aponta o professor.
Para a diretora do Sindicato e pesquisadora do centro, Ana Tercia Sanches, a importância do tema se dá pelo fato de o consumo ter se tornado um meio de posicionamento social, que dá às pessoas a sensação de pertencimento. “É o ‘compro, logo existo’”, ressalta a pesquisadora, referindo-se à célebre frase “Penso, logo existo”, do filósofo francês René Descartes.
No entanto, Ana lembra que consumo e consumismo são coisas diferentes. O último trata do que extrapola as necessidades das pessoas. “Hoje, apenas 20% da população consome 80% dos recursos do planeta. Para que todos consumissem no mesmo nível seria preciso cerca de umas cinco Terras”, destaca a pesquisadora. Para ela, um dos fatos que devem nos levar a pensar os limites do consumo são consequências como a violência.
A pesquisa, ainda em andamento, também aborda a relação de consumo no mundo bancário. Dados como o número de reclamações e de irregularidades cometidas pelos bancos são parte da análise do pesquisador André Accorsi. Um marco utilizado por ele é a implantação, em 2001, do Código de Defesa do Consumidor Bancário.
Na primeira base de dados do Banco Central, naquele ano, o número de reclamações registradas por mês é de 7.800. “Temos também o registro de mais de três mil irregularidades mensalmente até junho de 2014. Já podemos observar que os picos de reclamações se deram na crise de 2008 e nos períodos em que houve diminuição de taxas de juros. Fica claro que os bancos descontam nos clientes e na categoria bancária”, reforçou.
Já o pesquisador e professor Camilo Onoda, está abordando o tema do ponto de vista jurídico, estudando o consumo e o Poder Judiciário. “Nossa abordagem segue duas linhas, a que fala da política e economia e a que foca nas teses do direito do consumidor”, afirmou Camilo. O pesquisador explicou que muitas teses defendem o ponto de vista do empresário, mas que no caso do Centro 28 de Agosto, o objetivo é estudar as teses de defesa do consumidor.
Luana Arrais – 4/5/2015
Segundo o professor e coordenador do Centro de Pesquisas, Moisés Marques, o trabalho nasceu da indagação: “O que podemos fazer para tentar entender o fenômeno do consumo?”. Marques explica que para isso a pesquisa aborda as diversas dimensões, situando o consumo em suas faces mundial e nacional. “O consumismo virou uma ideologia, uma virtude. Ele é quem ganhou a guerra ideológica do século XX”, aponta o professor.
Para a diretora do Sindicato e pesquisadora do centro, Ana Tercia Sanches, a importância do tema se dá pelo fato de o consumo ter se tornado um meio de posicionamento social, que dá às pessoas a sensação de pertencimento. “É o ‘compro, logo existo’”, ressalta a pesquisadora, referindo-se à célebre frase “Penso, logo existo”, do filósofo francês René Descartes.
No entanto, Ana lembra que consumo e consumismo são coisas diferentes. O último trata do que extrapola as necessidades das pessoas. “Hoje, apenas 20% da população consome 80% dos recursos do planeta. Para que todos consumissem no mesmo nível seria preciso cerca de umas cinco Terras”, destaca a pesquisadora. Para ela, um dos fatos que devem nos levar a pensar os limites do consumo são consequências como a violência.
A pesquisa, ainda em andamento, também aborda a relação de consumo no mundo bancário. Dados como o número de reclamações e de irregularidades cometidas pelos bancos são parte da análise do pesquisador André Accorsi. Um marco utilizado por ele é a implantação, em 2001, do Código de Defesa do Consumidor Bancário.
Na primeira base de dados do Banco Central, naquele ano, o número de reclamações registradas por mês é de 7.800. “Temos também o registro de mais de três mil irregularidades mensalmente até junho de 2014. Já podemos observar que os picos de reclamações se deram na crise de 2008 e nos períodos em que houve diminuição de taxas de juros. Fica claro que os bancos descontam nos clientes e na categoria bancária”, reforçou.
Já o pesquisador e professor Camilo Onoda, está abordando o tema do ponto de vista jurídico, estudando o consumo e o Poder Judiciário. “Nossa abordagem segue duas linhas, a que fala da política e economia e a que foca nas teses do direito do consumidor”, afirmou Camilo. O pesquisador explicou que muitas teses defendem o ponto de vista do empresário, mas que no caso do Centro 28 de Agosto, o objetivo é estudar as teses de defesa do consumidor.
Luana Arrais – 4/5/2015