São Paulo – Quais os resquícios do passado escravagista do Brasil na sociedade contemporânea? Esta é uma das perguntas que especialistas e acadêmicos irão tentar responder no seminário “Escravização de negras e negros no Brasil: quais consequências”, que começa nesta quarta-feira e vai até o sábado 13.
O evento, aberto ao público em geral, contará com uma série de mesas na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP e um debate e plenária na Faculdade 28 de Agosto. Ao final, haverá um ato cultural no largo do Arouche, em nome da preservação da memória da luta do movimento negro.
"Vamos discutir a conjuntura atual do país e os dilemas da luta contra o racismo, os desafios para corrigir as consequências de uma abolição inconclusa da população negra, que deixou um histórico de desigualdade, marginalização, não inclusão dos negros no mercado de trabalho e genocídio da juventude negra. Temos que debater esses temas e lutar pela inclusão, fim do racismo e das desigualdades", afirma Neiva Ribeiro, diretora da Faculdade 28 de Agosto. "Além de promovermos debates como estes para contribuir no combate ao racismo, nós também levamos o debate da inclusão da população negra para as mesas de negociação, para termos inclusão também no mercado financeiro. A população negra está sub-representada no sistema financeiro. As mulheres negras, por exemplo, são menos de 10% da categoria bancária", explicou.
Programação – A abertura do evento será no Auditório Lupe Cotrim da ECA, às 13h30. A primeira mesa, às 15h30, será sobre Colonialismo e escravidão. O tema do segundo debate será “Transição da escravidão: da abolição à revolta da Chibata”, que começa às 18h30.
Na quinta-feira 11, a atividade será realizada no auditório Freitas Nobre, também na ECA/USP. A primeira discussão do dia será sobre as consequências da escravidão negra, às 13h30. Às 15h30 será exibido o documentário “Brasil Negro”, de Iara Cruz Fortes, e, em seguida, haverá um debate sobre a memória cinematográfica da escravidão negra. Na sexta-feira 12, a ECA recebe, no auditório Freitas Nobre, os debates sobre globalização e multiculturalismo, às 13h30, e sobre a Convenção Interamericana contra o Racismo (OEA).
No sábado 13, a atividade prossegue no auditório do Sindicato dos Bancários (R. São Bento, 413). Às 13h, haverá o debate “A abolição inconclusa”. De lá, o grupo participará de um ato cultural da campanha “Um povo sem memória não é um povo livre”. A atividade começa às 16h em frente à estátua de Luiz Gama, no Largo do Arouche, e será desenvolvida pelas organizações Círculo Palmarino e Rede Quilombação.
O evento é uma realização da ECA com apoio da Faculdade 28 de Agosto, Rede Quilombação Sindicato dos Bancários e Centro de Estudos Latino Americanos sobre Cultura e Comunicação (Celacc).