São Paulo – Na sexta-feira 12, 37 funcionários do BNDES, incluindo uma trabalhadora grávida de 39 semanas, foram conduzidos coercitivamente pela Polícia Federal e tiveram seus domicílios vasculhados, no âmbito da investigação sobre operações do banco de desenvolvimento com o Grupo JBS.
Não houve prévia intimação aos funcionários, que sempre se colocaram à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades. A ação da Polícia Federal fere o Código de Processo Penal, que determina que a condução coercitiva só pode ser utilizada caso o acusado ou testemunha não atenda intimação para interrogatório.
“O Sindicato se solidariza com os trabalhadores que sofreram tamanha violência e repudia este abuso por parte da Polícia Federal. Todos possuem residência fixa, não foram intimados anteriormente e não se recusaram a colaborar com a operação. Não é correto que, ainda em fase de investigação, sejam expostos e condenados na mídia, tendo suas reputações abaladas de forma arbitrária. Não podemos permitir que este tipo de prática se torne comum, como infelizmente temos visto ultimamente”, declarou a diretora executiva do Sindicato Neiva Ribeiro.
“Os bancos públicos, entre eles o BNDES, estão sob ataque pelo governo Temer, que busca reduzir seu papel para o desenvolvimento do país. Episódios como esse reforçam a lógica perversa de desmonte e destruição da imagem destas instituições perante a opinião pública”, acrescenta.
Em nota, a Associação dos Funcionários do BNDES condenou a ação arbitrária da Polícia Federal, considerando “absurdas as tentativas de criminalização das atividades do BNDES, como Banco de Desenvolvimento, e a responsabilização pessoal dos funcionários, que realizaram e realizam suas funções dentro da legalidade, de acordo com suas atribuições, respeitando normas, ritos, processos de análise sempre validados por instâncias colegiadas e orientados pelos valores do BNDES: ética, espírito público, compromisso com o desenvolvimento e excelência”.