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Chapéu
Pelo Fim das Demissões!

Em protesto, bancários do Santander paralisam call center

Linha fina
Enquanto a quantidade de serviço só aumenta, direção do banco demitiu mais de 100 funcionários só nos primeiros 20 dias de maio; trabalhadores devem se mobilizar por respeito ao emprego
Imagem Destaque
Foto: Seeb-SP

Demissões, sobrecarga de trabalho que obriga todos a atender todo tipo de ligação, instabilidade no emprego, falta de treinamento, assédio moral. Assim pode ser resumido o Vila Santander. E por esses motivos, os bancários estão paralisando as atividades do centro administrativo que reúne o serviço de call center do banco desde as primeiras horas desta sexta-feira 25 (saiba mais sobre as atividades abaixo).

Os trabalhadores do local atendem clientes de todo o Brasil, fazem serviços de caixa e gerente de agência, cumprem metas de vendas de produtos, e ainda estão tendo de resolver problemas para os quais não receberam qualquer capacitação. Tudo isso em troca dos mais baixos salários pagos pelo Santander.

Para completar a situação calamitosa instalada no Vila Santander, os funcionários são obrigados a conviver com a instabilidade no emprego e o risco iminente de demissão. Foram mais de 100 dispensas apenas no mês de maio, que ainda nem terminou.

“Uma violência completamente injustificável praticada pela direção de um banco tão lucrativo cujos trabalhadores brasileiros são responsáveis por mais de um quarto do seu resultado global”, afirma Anderson Pirota, dirigente sindical e bancário do Vila Santander.

Lucros mais altos obtidos com a eliminação de postos de trabalho resultam em remunerações cada vez maiores para os privilegiados diretores executivos do Santander. Em 2015, os 42 diretores executivos ganharam, em média, R$ 2,5 milhões. Em 2017, o número aumentou para 44, e eles receberam, em média, R$ 7,2 milhões, segundo dados disponibilizados pela Comissão de Valores Mobiliários. Valor quase 3 vezes maior em apenas dois anos.

Na outra ponta, o atendente do Vila Santander recebe o mais baixo salário pago pelo banco e teria de trabalhar 134 anos para ganhar o mesmo que um diretor executivo do Santander ganhou em apenas um ano.

O Sindicato exige valorização desses trabalhadores, reconhecimento da importância do seu trabalho e, principalmente, respeito ao emprego com o fim das demissões. 

“Uma empresa tão lucrativa não tem motivos para demitir”, afirma Lucimara Malaquias, dirigente sindical e bancária do Vila Santander.

Sem organização e participação, não há resistência!

“Se os funcionários do Santander podem trabalhar juntos para gerar o lucro de R$ 10 bilhões, a união para exigir dignidade e respeito ao emprego também é possível”, afirma a dirigente. “Cada bancário do Vila deve participar e ajudar nas próximas atividades e manifestações. É o seu emprego que está em jogo!”, alerta a dirigente.

A paralisação 

Bancários paralisam as atividades no Vila Santander desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira 25, contra o descumprimento do acordo pelo banco e a implementação da reforma trabalhista. A Polícia Militar foi chamada para o local e chegou a haver uma tentativa de intimidação tanto da PM quanto do banco contra o direito da categoria de livre manifestação. No entanto, não houve confronto, e a manifestação continuou de forma pacífica - apesar da tentativa de coação por parte de gestores do banco para intimidar trabalhadores a entrar para trabalhar. 

"Vimos manifestações de caminhoneiros no Brasil todo esta semana. E não houve interferência da polícia. Ela não apareceu. Agora a PM aparece na tentativa de nos intimidar. Se houver violência da Polícia Militar ou do banco espanhol, a gente vai denunciar. Nossa atividade, pacífica, é por negociação e respeito aos direitos dos trabalhadores", enfatiza o dirigente sindical e bancário do Santander Marcelo Gonçalves.

Pela manhã, em atitude antisindical, seguranças terceirizados cercaram com grades a entrada do Vila Santander. Por volta das 10h, durante mais uma tentativa do banco de coagir os trabalhadores a furar a paralisação, seguranças retiraram os gradis do local, mas a atividade do Sindicato com os bancários seguiu pela tarde. 

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