A Campanha Bancári@ Solidári@ doou 400 pacotes de absorventes femininos, além de alimentos para as tribos das terras indígenas Tapemirim e Tenodé Porã, localizadas na região da Barragem, comunidade do extremo-sul da capital paulista. A iniciativa faz parte de uma ação permanente que tem como objetivo alertar sobre o problema da pobreza menstrual que afeta a milhares de mulheres, principalmente em São Paulo.
Desde 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) faz esse debate, já que 12% das meninas em todo o mundo vivem em situação de pobreza menstrual e chegam a faltar até 45 dias na escola por falta de absorventes. A pobreza menstrual também afeta mulheres em situação de vulnerabilidade social, mulheres em situação de rua, mulheres encarceradas e homens trans.
A dirigente sindical e integrante do Coletivo de Mulheres da CUT SP, Maria de Lourdes, a Malu, comenta que tomou conhecimento de que esse problema têm crescido cada vez mais no Brasil, e que tem afetado mulheres próximas, principalmente em São Paulo, por conta da crise causada pelo coronavírus.
"Muitas mulheres perderam o emprego, muitas famílias não têm nem dinheiro para por alimento em suas casas e o pouco que têm, não irão usar para comprar absorventes. Muitas famílias têm mais de uma mulher na casa e muitas delas se tornaram a única provedora do lar. Ao decidir entre comprar comida e itens de higiene pessoal, optam por matar a fome", destaca a dirigente Malu.
"Essa é uma demanda do Estado, mas ele não supre, então temos de fazer nossa parte como Sindicato Cidadão e ajudar a quem mais precisa. Essa primeira ação na aldeia, que está localizada em um região de difícil acesso, só aconteceu porque tivemos ajuda de bancários e bancárias, mas precisamos de mais pessoas nos ajudando. Ver que já fizemos algo por quem mais precisa, me deixou muito feliz. Saí de lá com muita esperança de que podemos transformar o nosso país e promover vida digna para todes ", enfatiza.
Quem quiser colaborar pode doar roupas, alimentos ou kits de higiene pessoal na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192 - Sé).
Pobreza menstrual é questão de saúde pública
No Brasil, uma pesquisa on line realizada por uma empresa de produtos de higiene, em 2018, com 9.062 brasileiras de 12 a 25 anos, revelou que, na faixa de 12 a 14 anos, 22% afirmam não ter acesso a produtos confiáveis relacionados à menstruação porque não têm dinheiro ou porque eles não são vendidos perto de casa.
"O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região também está na luta para que o poder público, através de projetos de lei, forneçam absorventes gratuitos para as mulheres em situação de vulnerabilidade", finaliza Malu.