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Começa negociação sobre aditivo no Santander

Linha fina
Pauta específica foi entregue pelos representantes dos trabalhadores à direção da empresa
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São Paulo – Uma das principais conquistas dos funcionários do Santander, o acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), começou a ser discutida entre os representantes dos bancários e da direção da empresa. A pauta de reivindicações dos trabalhadores para renovação do instrumento foi entregue pelo Sindicato ao banco na manhã desta terça 5.

A pauta é composta por temas já constantes no acordo específico, para serem renovadas ou melhoradas, e de cláusulas novas. As reivindicações foram elaboradas a partir de consulta respondida por cerca de 6 mil bancários de agências e concentrações da base do Sindicato – São Paulo, Osasco e região – que apontaram como prioridade principal a garantia de emprego, seguida pela ampliação das bolsas de estudos para a 1ª e 2ª graduações e pós e a manutenção do plano de saúde durante a aposentadoria nas mesmas condições dos trabalhadores da ativa. Além disso, embora não constasse entre as opções a serem assinaladas pelos funcionários, o “pijama”, ou Licença Remunerada Pré-Aposentadoria, apareceu de forma considerável como indicação espontânea.

Debates - Na reunião, os representantes da instituição financeira afirmaram que, em função de a lei 10.101 determinar que a distribuição dos valores dos programas próprios deve ser definida ainda no primeiro semestre, há pressa para que se chegue a um acordo.

A coordenadora da mesa de negociações e secretária de Finanças do Sindicato, Rita Berlofa, afirmou que não há impedimentos em se chegar logo a acordo, mas ressaltou que isto dependerá da disposição da empresa em apresentar proposta que contemple as expectativas dos empregados. “Por não se tratar de natureza salarial, a distribuição dos programas próprios está livre de recolhimento de encargos como FGTS, INSS, entre outros, o que representa isenção fiscal para o banco na ordem de 36%”, explica, acrescentando que a lei 10.101 também determina que os programas devem ser negociados com o Sindicato para garantir mais transparência à distribuição. “Isso, infelizmente, não está acontecendo. Os bancários não conseguem distinguir o que esta sendo pago no programa de remuneração. Por isso, queremos negociar critérios claros para que todos saibam o que ganham, como é feita a distribuição e quais são as regras desse jogo.”

Igual à matriz - A dirigente sindical destacou também que o que está sendo apresentado ao banco para renovação do aditivo tem por base o praticado na Espanha. E lembrou que, mesmo aquele pais passando por crise financeira, a matriz não demite trabalhadores, mantém acordo coletivo com cláusulas sociais mais vantajosas que as do Brasil, firmou acordo de venda responsável de produtos com os países da Comunidade Européia, além de tratar os dirigentes sindicais como se na ativa estivessem, ou seja, com isonomia de direitos aos demais funcionários da empresa.

“Quem mais colabora com a manutenção da empresa tem de ser valorizado. Atualmente o funcionário se sente aviltado em seus princípios por ter de vender produtos que são impostos pela empresa e não interessam aos clientes  A venda responsável também aqui tiraria esse peso do trabalhador, que passaria a ofertar produtos de acordo com as necessidades e capacidade dos clientes. Com isso, numa situação de tanta turbulência, o próprio banco ganharia com a imagem de uma instituição que respeita a população brasileira. Ou seja, é uma medida que viria ao encontro das reivindicações dos trabalhadores e dos clientes”, afirma Berlofa.

A dirigente lembra também que, se no ano passado o alto escalão do Santander no Brasil recebeu bônus de R$ 246 milhões, em abril deste ano a Assembleia Geral Ordinária do banco aprovou elevação de 22% nesta distribuição. Dessa forma, serão distribuídos R$ 300 milhões aos 8 integrantes do Conselho de Administração e 56 membros da Diretoria Executiva. Ou seja, é como se, em média, cada um deles recebesse um salário mensal de R$ 390 mil.

“Os funcionários reivindicam ser reconhecidos pelo valor, empenho e dedicação. Se o banco contemplar esses anseios nas negociações, fecharemos logo um acordo”, acrescenta Rita Berlofa.

A próxima reunião para discutir o aditivo está marcada para 12 de junho.


Redação - 5/6/2012

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