Pular para o conteúdo principal

Bancários de PABs do Itaú são castigados

Linha fina
Falta condição de trabalho e clareza em mudança de cargos nos postos de atendimento bancário enquanto campanha por valorização completa dois meses sem respostas da instituição financeira
Imagem Destaque

São Paulo - Funcionários dos postos de atendimento bancário (PABs) do Itaú denunciam diversos problemas em unidades. O Sindicato faz formalmente a denúncia ao banco, que, em resposta, informa desconhecer todos os problemas, em mais um caso que a dirigente sindical Valeska Pincovai caracteriza como “desrespeito aos trabalhadores”.

Desde abril, funcionários do Itaú apoiam a campanha de valorização que exige melhores condições de trabalho, fim do horário estendido em agências, fim das demissões, regras claras para o programa de remuneração Agir, entre outras demandas urgentes. No entanto, passados dois meses, o banco não respondeu.

Nos PABs, parte do atendimento é feito por bancários enquadrados como caixas. No entanto, funcionários denunciam que esta não é mais a função deles, agora agentes de negócios PAB, responsáveis por abrir caixa e atender a área comercial simultaneamente. Quanto ao salário, continua o mesmo da função anterior. “A falta de valorização é clara e acontece em plena campanha dos funcionários. Alguns foram obrigados a assinar termos para exercer outras funções, uma vez que a direção do banco comunicou, de forma eletrônica, que a não aceitação dos novos termos poderia desencadear medidas disciplinares”, ressalta Valeska.

Já os assistentes de gerência, segundo denúncias de bancários dos PABs, também tiveram seus cargos alterados depois da “intimidação para a assinatura de um termo online”. “Eles se tornaram gerentes de negócios PAB e passaram a ter assinatura administrativa, gerenciar carteira de clientes do varejo, e fazer todas as funções de um gerente de contas com o mesmo salário de assistente. O termo assinado é, justamente, para o banco tentar se proteger de possíveis ações judiciais por desvio de função. E para isso, daremos todo o apoio”, destaca a dirigente sindical.

Exercendo nova função, o bancário é cobrado por novas metas, o que representa mil pontos no Agir. No entanto, os postos de atendimento não atendem clientes Uniclass, o que prejudica a possibilidade de melhor desempenho. Alguns PABs possuem um gerente Uniclass, mas o atendimento é online e por telefone, apenas. O atendimento presencial é feito pelo gerente de negócios PAB.

Sem condições de trabalho – O problema dos bancários dos PABs Itaú se agrava, segundo Valeska Pincovai, porque os trabalhadores desenvolvem funções, em vários postos, sem condições de trabalho, em salas, algumas sem ar-condicionado, janelas ou segurança e com fiação elétrica exposta. “Em algumas unidades, que estão em locais isolados, sem comércio e restaurante próximo, os também não há estrutura de cozinha para esquentar e fazer refeições. Muitos comem somente lanches, em sua própria mesa, e nem limpeza é feita com frequência. Situação inadmissível para uma instituição financeira que lucra tanto graças ao bom trabalho desempenhado por seus funcionários”, ressalta Valeska.

Outros problemas, como agentes comerciais enquadrados em cargos de agente de negócio PAB, bancários que atendem em até quatro postos de atendimento diferentes no mesmo dia com carro próprio, e outras questões, também foram denunciadas ao banco.

Resposta sem solução – Em resposta ao Sindicato na quarta-feira 19, representante do Itaú alegou que “a mudança de cargo trouxe a alteração do critério de pagamentos por participação nos resultados”, que ao invés de comissão mensal, o bancário passou a receber pelo programa próprio Agir.

Sobre a denúncia de gerentes que atendem até quatro postos por dia, a direção do banco alega não existir esse tipo de situação no Itaú. Sobre a falta de limpeza nos locais de trabalho, o banco comunicou que “foi pedida uma avaliação, mas não há nenhum registro dessas situações”.

Já sobre a questão das alterações de cargos, uma reunião será marcada entre representantes do banco e os funcionários para a apresentação de informações sobre as mudanças.
Para Valeska, “os trabalhadores continuarão batendo na mesma tecla: a luta por melhores condições de trabalho reforçando os eixos da campanha de valorização”. Ela ressalta que as questões serão acompanhadas pelos dirigentes sindicais.


Gisele Coutinho – 21/6/2013
 

seja socio