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Bancários das Américas fortalecem união

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Décimo encontro das Redes Sindicais de Bancos Internacionais discute, no Peru, temas relevantes para a luta de trabalhadores do Itaú, Santander, HSBC e BB. Sindicato participa?
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São Paulo - “É fundamental que os trabalhadores de diversos países se encontrem e compartilhem suas experiências e relatos sobre condições de trabalho e planejem ações conjuntas”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, que participa em Lima, capital do Peru, da 10ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais.

Promovido pela UNI Américas Finanças (braço da UNI Sindicato Global), nesta quinta e sexta-feira, conta ainda com a participação de outros dirigentes do Sindicato representando bancários do Itaú, Santander, HSBC e Banco do Brasil, instituições financeiras que atuam no Brasil e em outros países do continente americano. Em Lima, ocorre também a reunião do Comitê Executivo Regional da UNI Americas, que reúne trabalhadores de todo setor de serviços.

“Da troca e união entre trabalhadores de vários países vieram resultados vitoriosos como os acordos marcos globais do Itaú e do Banco do Brasil”, informa Juvandia, que também é vice-presidenta da UNI Finanças Mundial. O do BB foi firmado em 2011 e renovado em 2013, e o do Itaú, conquistado em março deste ano. Esses acordos, assinados por representantes dos trabalhadores (sindicatos de vários países e UNI Finanças) e pelas direções dos bancos, estipulam princípios que devem ser adotados em todos os países onde a instituição financeira atua, da América do Norte à do Sul. Entre eles, princípios fundamentais como liberdade de associação sindical e reconhecimento do direito de negociação coletiva, a não discriminação do trabalhador independentemente de sexo, raça ou credo, a eliminação de qualquer tipo de trabalho forçado ou de trabalho infantil. Além disso, garante o respeito à legislação de cada país.

“Quando se leva em conta a dificuldade que os trabalhadores enfrentam para se organizar em alguns países, como na Colômbia e, no caso dos bancários, nos Estados Unidos, percebe-se a importância que têm acordos desse tipo. São documentos em que as empresas assumem certos compromissos e que aumentam o poder de cobrança em caso de descumprimento”, explica.

Sindicalização – Antes da realização das Redes Sindicais, Juvandia participou, também em Lima, da 16ª Reunião do Comitê Executivo Regional da UNI Américas, onde foram apresentados dados do mundo do trabalho, de diversas categorias, e sobre o desenvolvimento dos países americanos.

Números apresentados pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), órgão das Nações Unidas, mostram que houve uma evolução na América Latina em direção à igualdade, com crescimento da renda e diminuição da miséria, e apontam ainda que isso foi mais evidente nos países onde os trabalhadores estão organizados em sindicatos.

“A organização dos trabalhadores é fundamental e o Brasil é uma referência”, diz Juvandia, citando o exemplo do Peru, onde a taxa de sindicalização atinge apenas 6%. No Brasil, a sindicalização atingiu 17,4% em 2013, segundo estudo preliminar apresentado pelo professor Iram Jácome Rodrigues, no 37º Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs).

“Compartilhar problemas e articular ações em conjunto é fundamental para ajudar trabalhadores de outros países a se sindicalizar. Se o capital é internacional, a luta dos trabalhadores também tem de ser. Daí a importância de eventos desse tipo”, destaca a dirigente. ?


Andréa Ponte Souza - 5/6/2014

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