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Chapéu
Em Busca do Diálogo

Entidades cobram do BB retorno da mesa de negociação da Cassi

Linha fina
Banco se retirou do diálogo com representantes dos trabalhadores e enviou proposta diretamente à caixa de assistência
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Foto: Divulgação

Entidades da mesa de negociação da Cassi se reuniram na terça-feira 5, no Rio de Janeiro, com o Banco do Brasil e entregaram documentos sobre a proposta apresentada para a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, e também para cobrar do banco público a retomada do diálogo. Na mesa anterior, o BB anunciou que tinha apresentado propostas diretamente na governança da Cassi, sem passar pela mesa das entidades. Veja o documento assinado pelas entidades que representam os trabalhadores do BB a respeito da Cassi.

A Comissão de Empresa dos Funcionários do BB apontou contradições entre o que Banco do Brasil tem escrito nos seus boletins sobre o processo de não decisão na Cassi.

Cassi: menos batalha de comunicação, mais mesa de negociação

Já a Contraf-CUT entregou ao BB um documento com contrapontos às propostas apresentadas pelo banco, tanto na primeira quanto na segunda versão.

A entidade representante dos trabalhadores é contra as propostas. De acordo com a Contraf-CUT, a medida continua quebrando a solidariedade e penalizando os menores salários, aumenta mais a contribuição dos associados, reduz a participação proporcional do BB e muda o modelo de governança quebrando a paridade de gestão, incluindo agentes de mercado externos ao corpo de associados da Cassi.

A Contraf-CUT se reuniu antes do encontro com as demais entidades da mesa (Contec, ANABB, FAABB e AAFBB) para acordar o pedido de retomada das negociações e discutir sobre os documentos apresentados por cada entidade.

A Contraf-CUT ainda informou às entidades que entre os dias 7 e 10 de junho acontecerão o Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil e também a Conferência Nacional dos Bancários. Nessas ocasiões, o tema Cassi será amplamente debatido. Além disso, uma proposta para negociação será elaborada tendo como subsídios os debates do Congresso dos Funcionários.

O Banco do Brasil informou que vai levar a proposta da retomada da mesa de negociação para avaliação do comitê patrocinador, estrutura da direção do BB.

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, ao reafirmar a necessidade de retomar a mesa de negociação, os sindicatos ratificam sua posição contrária à proposta do banco que mais do que dobra a contribuição dos associados.

“Ao apresentar a proposta diretamente na Cassi, o banco prejudica o processo negocial, pois joga com terrorismo contra o corpo funcional do BB. É importante esclarecer que nenhuma proposta pode ser implantada e aprovada dentro da Cassi sem passar pela votação dos associados. Cada um dos associados deve cobrar do banco a retomada da mesa com entidades representativas dos funcionários, bem como pressionar os eleitos na Cassi para que não votem essa proposta como ela está hoje, pois prejudica funcionários da ativa e aposentados”, explica.

Contraf-CUT repudia ataques de executivo do BB

Os representantes das federações filiadas à Contraf-CUT repudiaram, em mesa, a atitude do executivo responsável pelas negociações do BB. Em suja página pessoal do Facebook, ele fez ataques a representações dos trabalhadores e dirigentes sindicais, os desqualificando por não trabalharem no dia a dia do BB.

“Ao longo de todo o processo de negociação, mesmo nos tempos da ditatura militar, nunca houve um ataque público às representações sindicais, como o publicado pelo representante do banco na mesa de negociação”, afirmou Wagner Nascimento.

O executivo do banco fez uma retratação na rede social e na mesa. Contudo, a Contraf-CUT cobrou uma postura mais profissional, uma vez que o cargo que ele ocupa é indissociável da pessoa, ainda mais quando publica em rede social um tema tão específico da função exercida, como negociação coletiva e a proposta da Cassi.

Sobre o episódio envolvendo os ataques aos dirigentes sindicais, o coordenador da Comissão de Empresa comenta que é lamentável esse tipo de postura nos dias de hoje. Wagner Nascimento acrescentou que os cargos ocupados por dirigentes no banco exigem mais responsabilidade ao lidar com as redes sociais e lamentou os comentários carregados de preconceitos e desconhecimento sobre a atividade sindical.

“Os dirigentes sindicais têm jornadas até maiores que muitos funcionários no dia a dia e conhecem e visitam mais locais de trabalho, além de estarem sempre se atualizando e estudando sobre temas como negociação coletiva, economia, estatística, segurança, automação bancária, saúde e previdência complementar, além de outros assuntos que envolvem o contrato de trabalho e a atividade bancária. Todas as funções são importantes dentro do banco, inclusive quem faz o contraponto às jornadas excessivas, assédio moral e descumprimento de direitos”, criticou o dirigente.

Wagner Nascimento disse ainda que “é importante agora retomar o processo negocial com serenidade e equilíbrio, uma vez que há expectativas quanto às negociações sobre a Cassi na Campanha Nacional dos Bancários.”

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