Dirigentes do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, da Apcef/SP, da Fetec-CUT/SP e da Feeb/SP-MS reuniram-se com representantes da Caixa Econômica Federal da Geber (Gestão de Benefícios) e da Gipes (Gestão de Pessoas) para cobrar, mais uma vez, uma solução com relação à Verocard, em face do grande volume de reclamações desde que a bandeira passou a ser disponibilizada aos empregados do banco.
Na reunião, realizada na quinta-feira 10, foi entregue relatório com os resultados da consulta realizada pelas entidades sobre a Verocard, entre 20 de abril e 21 de maio.
Foram consultadas 4.198 bancários. Deste total, 72% relataram problemas para utilização do benefício e 97% afirmaram que não querem a renovação do contrato com a Verocard.
Considerando o resultado do levantamento e o fato de a Verocard ainda não ter conseguido se vincular a nenhum aplicativo de entrega – o que é essencial durante a pandemia –, os representantes dos empregados solicitaram que a Geber (área da matriz responsável pela gestão dos vales alimentação e refeição) realizasse um novo processo licitatório ao invés de renovar com a Verocard, o que está previsto no contrato entre o banco e a empresa.
Reclamações diminuíram, mas problemas persistem
A Geber alegou que não teria tempo hábil para realizar um novo processo licitatório e justificou que as reclamações dos empregados a respeito da Verocard, feitas à Caixa, diminuíram muito. Então entendem que talvez as pessoas estejam mais satisfeitas.
Os representantes dos empregados contestaram, argumentando que os empregados pararam de reclamar porque ficou claro que a direção da Caixa não vai solucionar a questão até o fim do contrato.
Desde que as queixas começaram a surgir, as entidades representativas dos empregados fizeram uma série de cobranças à direção da Caixa e expuseram com dados o descontentamento dos empregados e as deficiências da Verocard. Mesmo assim, a direção do banco se negou a solucionar a questão, alegando que o serviço oferecido pela Verocard estava de acordo com o edital.
“Mesmo com as reclamações dos empregados durante toda a vigência do contrato, a direção da Caixa não se preocupa em enxergar a situação como um problema a ser resolvido.”
Tamara Siqueira, dirigente sindical e empregada da Caixa
Urgência de aplicativo de entrega
A importância da necessidade de incluir os aplicativos de entrega foi um ponto bastante frisado na reunião, já que, apesar de que um dia a pandemia irá acabar, muitas áreas em São Paulo não devem voltar do home office.
“E como a Caixa pretende manter uma bandeira que não atende aplicativo? Não faz o menor sentido. Afirmamos a urgência de um edital que contemple esta questão, sob risco de inviabilizar que os empregados exerçam o direito de se alimentar”, afirma Tamara.
Fim do contrato da Verocard com a Câmara Municipal de São Paulo
Durante a reunião, os representantes dos empregados citaram o caso da Câmara Municipal de São Paulo, que tinha contrato com a Verocard e realizou novo processo licitatório com alterações de especificações técnicas, o que resultou na exclusão da empresa no novo pleito.
Havia diferenças significativas nas especificações entre os editais da Câmara e da Caixa, especificamente nos pontos apontados na consulta realizada pela Apcef/SP: tamanho da rede credenciada e obrigatoriedade de inserção da empresa de cartões em aplicativos de entrega.
A Câmara Municipal de São Paulo, por exemplo, incluiu em edital recente que a empresa contratada deverá comprovar, no mínimo, 7 mil estabelecimentos credenciados e ativos no município de São Paulo. No edital da Caixa, a quantidade mínima de estabelecimento credenciados no município de São Paulo era de 542 estabelecimentos.
Também no edital da Câmara Municipal de São Paulo está previsto que a empresa concorrente terá de declarar que possui convênio ou que o firmará no prazo máximo de seis meses, para pagamento em site ou aplicativos mobile em no mínimo uma das empresas de aplicativos de entrega de refeições prontas, tais como: Ifood, Rappi, ou Uber Eats. No edital da Caixa, sequer havia esta informação
“O grande problema é o edital: a Caixa elaborou exigências completamente fora da realidade e da necessidade dos empregados. A Câmara Municipal de São Paulo estava há alguns anos com a Verocard, refez o edital com a exigência de aplicativos de entrega e de 7 mil estabelecimentos credenciados, quando o edital da Caixa não exige nem 600, o que, na média, daria praticamente um estabelecimento por ponto de atendimento”, enfatiza Tamara.
“Diante das novas exigências, a Verocard não pôde nem competir no novo edital da Câmara, que tem bem menos empregados, lotados em um único local, diferentemente da Caixa, cujos empregados estão espalhados por todas os bairros da cidade. Tudo isto reforça como o edital da Caixa não contempla as necessidades dos empregados.”
Tamara Siqueira, dirigente sindical e empregada da Caixa
Reunião com área responsável por editais
Em face da relutância da Geber para resolver a questão, os representantes dos trabalhadores cobraram e conseguiram o comprometimento dos representantes do banco para a realização de uma reunião com a área responsável por elaborar as licitações. a fim de discutir os critérios do novo edital.