Em nova reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Caixas, Tesoureiros e Avaliadores de Penhor, da Caixa, realizada nesta terça-feira, 27 de junho, os representantes do banco público não responderam a reivindicação da representação dos empregados para o fim das funções por minuto e retorno das funções efetivas.
"O banco apresenta nas reuniões respostas para questões pontuais, mas não traz respostas efetivas para as principais demandas dos empregados. Cobramos que a Caixa reveja as atas, reavalie esta postura na negociação, e busque de fato soluções para as questões prioritárias para os trabalhadores. Continuaremos mobilizados, cobrando o fim da função por minuto", enfatiza a dirigente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Luiza Hansen.
Funções por minuto
"As funções por minuto, criadas em 2017 durante o governo Temer, pelo então presidente da Caixa Gilberto Occhi, são uma excrecência. Não incide no décimo terceiro, no fundo de garantia, sobre o descanso remunerado. Fora o fato de que o exercício da função não conta em nada para a carreira do empregado. A única coisa que é oferecida ao trabalhador é a sobrecarga de trabalho e a pressão por vendas", critica o diretor executivo do Sindicato e empregado da Caixa, Francisco Pugliesi, o Chico.
Diante da insistência da representação dos empregados em cobrar respostas, os representantes do banco tentaram argumentar, mais uma vez, que as atividades desempenhadas nas funções por minutos estão dentro do escopo de trabalho de caixas, tesoureiros e avaliadores de penhor.
Por sua vez, os empregados lembraram que, na última reunião, esta argumentação já havia sido refutada pelos trabalhadores, e solicitaram ao banco que resgatasse as atribuições previstas no RH 183 e comparasse com as atividades que caixas, tesoureiros e avaliadores de fato desempenham. Desta forma, será possível identificar e acabar com desvios de função.
Após este apontamento, os representantes da Caixa disseram que levariam as questões para análise dos setores específicos.
A representação dos empregados reforçou então o pedido para que a Caixa aprimore as atas das reuniões, de forma que seja facilitado o retorno das reivindicações e o acompanhamento do que está sendo debatido.
Pausa de 10 minutos
Com o intuito de minimizar as ações judiciais, a representação dos empregados solicitou a inclusão da “pausa de 10 minutos” como objeto das Comissões de Conciliação Voluntárias (CCVs).
Tesoureiros
Outro apontamento da representação dos empregados que ficou sem resposta por parte da Caixa foi o fato do banco estar reduzindo a jornada dos tesoureiros, de 8 para 6 horas, com redução proporcional de salário e orientação de não autorização de horas extras para estes empregados.
Os representantes dos empregados defendem que existe decisão judicial para redução da jornada dos tesoureiros, mas que a redução proporcional do salário é uma liberalidade do banco, uma vez que não é mencionada em nenhuma ação.
De acordo com o informado pelo banco em reunião anterior, não existe orientação neste sentido e que seria preciso analisar casos específicos. Porém, os casos continuam a ocorrer em diversas regiões do país.
Mais demandas sem respostas
Outra questão que ficou sem resposta foi a exclusão dos caixas, tesoureiros e avaliadores de penho do time de vendas e a revisão do Programa Qualidade de Vendas (PQV),utilizado como ferramenta punitiva dos empregados em caso de "vendas indevidas", muitas vezes de forma arbitrária, e não como um instrumento educativo.
"Pune-se o empregado, mas a real causa de vendas indevidas, a pressão por metas abusivas, não é solucionada", avalia Luiza Hansen.
Estrutura
Outro ponto reforçado na reunião pelos empregados foi a urgência na troca de equipamentos e medidas para tornar os sistemas mais estáveis.
Na reunião anterior, a Caixa informou que foram implementadas melhorias no SISAG (Sistema de Automação de Produtos e Serviços Bancários de Agência), mas o que a representação dos empregados constatou foi que o sistema está ainda mais instável, afetando inclusive outras aplicações, prejudicando o trabalho dos bancários e gerando demora no atendimento.
Poucas respostas
Entre as poucas respostas trazidas pela Caixa para o GT está a melhoria dos mobiliários, contemplando a substituição com participação e avaliação dos usuários, que foi atendida.
O banco informou também que existe um cronograma para adaptação de agências para pessoas com deficiência; e que está em curso a revisão da formação de avaliadores de penhor.