Em ato na manhã desta terça-feira 6, na agência da Caixa em Vila Joaniza (zona sul), o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região lançou a campanha por mais contratações. Os dirigentes sindicais conversaram com a população e convidaram correntistas e usuários a assinarem dois abaixo-assinados, um reivindicando a ampliação do quadro de empregados e outro por mais caixas nas agências do banco público.
“A Caixa passou por quase 7 anos de ataques sistemáticos a seu papel de banco público, fundamental para o desenvolvimento social e econômico do país. Nesse período de governos Temer e Bolsonaro, o banco foi fatiado em pedaços para ser vendido, e os empregados foram sistematicamente desrespeitados, com a implantação de uma verdadeira gestão pelo terror. Além disso, a Caixa deixou de contratar e o número de empregados foi reduzindo cada vez mais. Recentemente, o novo governo anunciou a contratação de 800 aprovados no concurso de 2014. Isso é muito bom, mas ainda não é suficiente”, destaca Valter San Martin, diretor honorário do Sindicato e aposentado da Caixa.
No ato desta terça, os dirigentes falaram à população sobre o desmonte promovido na Caixa sob o governo Bolsonaro, e sobre as consequências desses ataques, que estão sendo sentidas até hoje. E colheram dezenas de assinaturas para os dois abaixo-assinados.
Funções por minutos e Saúde Caixa
Antes da agência abrir para atendimento ao público, os dirigentes se reuniram com os empregados para tratar de questões relacionadas às Funções por Minuto, que envolve as funções de caixa, tesoureiro e avaliadores de penhor, e ao Saúde Caixa.
“As funções por minuto foram estabelecidas em 2016, no governo Temer. Nessa atual gestão já tivemos três reuniões do GT de Funções, e entre a segunda e a terceira fizemos atividades e uma plenária estadual. Nossa mobilização surtiu efeito e, já na terceira reunião, a Caixa trouxe respostas. Os representantes do banco disseram que estavam estudando o fim das funções por minuto e a volta das funções efetivas, mas que estavam avaliando os impactos financeiros disso. Sabemos que esses impactos nada mais são do que o lucro que a Caixa tem com a precarização do trabalho, e precisamos manter nossa luta contra essa excrescência”, ressalta a dirigente Luiza Hansen, empregada da Caixa.
Sobre o Saúde Caixa, os dirigentes destacaram a necessidade de mobilização contra o sucateamento do plano, promovido pela gestão de Pedro Guimarães como presidente do banco, sob o governo Bolsonaro, e pela defesa dos princípios de solidariedade, pacto intergeracional e mutualismo do Saúde Caixa, também atacados na gestão Guimarães.
Os dirigentes divulgaram o seminário nacional sobre o Saúde Caixa, que será realizado pelo movimento sindical no dia 22 de julho.
Uso eleitoreiro e ataques do Legislativo
Lembraram ainda do uso eleitoreiro da Caixa pelo governo Bolsonaro em 2022 que, com o SIM Digital e Auxílio Brasil, liberou R$ 10,6 bilhões em empréstimos, que resultaram em uma inadimplência altíssima (só no SIM Digital, a inadimplência chegou a 80%). E dos ataques que o banco público continua enfrentando, agora promovidos pelo Legislativo.
Um deles veio do deputado Marangoni (União Brasil-SP), relator da MP do Minha Casa, Minha Vida, no sentido de retirar a exclusividade da Caixa na execução do programa. Medida que foi aprovada nessa terça-feira 7 pela Câmara, e agora será votada no Senado. Outro foi a aprovação, em 2022, pela Câmara dos Deputados, do fim da exclusividade da Caixa nas operações de penhor.
“Precisamos continuar mobilizados contra esses ataques, defendendo a Caixa 100% Pública e seu papel de protagonismo na execução de programas sociais que são ainda mais urgentes no Brasil dilacerado pelos quatro anos de governo Bolsonaro”, reforça Luiza Hansen.