Nesta terça-feira, 20 de junho, mesma data do início da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) para definir a taxa de juros a ser adotada no país, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região participou de um protesto contra a altíssima taxa básica de juros (Selic) - hoje em 13,75%, a maior taxa de juros real do mundo - imposta pelo Banco Central.
O ato, que faz parte da Jornada de Lutas contra os Juros Altos - convocada pela CUT, demais centrais sindicais e movimentos populares - ocorreu em frente à sede do Banco Central em São Paulo, na Avenida Paulista. Outras manifestações acontecem por todo o Brasil.
"Nós, bancários, questionamos estas altas taxas de juros porque sabemos o quanto o mercado financeiro lucra com os juros abusivos. Sabemos o quanto cobramos do mercado financeiro para que conceda crédito para o desenvolvimento social. Sabemos o quanto Campos Neto está segurando essa taxa de juros alta para o enriquecimento dos acionistas dos bancos. Muitos deles estrangeiros, que não pagam impostos pelo lucro e dividendos das operações que possuem aqui (...) Quem tem dinheiro vai deixar de colocar [rendendo] a 13,75% ao ano para investir na produção, no emprego, na geração de renda? É óbvio que não"
Neiva Ribeiro, atual secretária-geral e presidenta eleita do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
"Cobramos do Campos Neto, presidente do Banco Central, que reduza os juros. Estes juros estão boicotando a economia brasileira. Os trabalhadores correm o risco de perder o emprego. Os juros encarecem tudo. Você compra um apartamento, você paga dois. Você compra um carro, metade do carro são juros. Compra uma geladeira, paga uma geladeira e meia. Além disso, o governo ao invés de poder investir na geração de emprego e renda, ele tem de gastar pagando juros para banqueiro. Por emprego, renda e qualidade de vida, juros baixos já"
Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT
"Os juros altos prejudicam muito os mais pobres, os trabalhadores, as mulheres. Mais uma vez estamos aqui para pedir a redução dos juros. Os juros altos têm travado a economia e o governo, que não consegue dar continuidade nas propostas, nos projetos de campanha. Fica o convite para você, trabalhador e trabalhadora, se inserir nesta campanha, que tende a ser longa, mas que faremos o possível para que seja vencedora, reduzindo os juros e incluindo os mais pobres na economia"
Lucimara Malaquias, atual Secretária de Estudos Sócio-Econômicos e secretária-geral eleita do Sindicato
A reunião do Copom para definir a taxa de juros a ser adotada no país se estenderá pela tarde de hoje e a manhã da quarta-feira (21).