Apenas 55,5% dos 5.565 municípios brasileiros possuem cobertura de agências bancárias. Com isto, 2.476 municípios, ou 44,5% do total, não contam com este serviço. Esta realidade deixa 18 milhões de brasileiros sem atendimento bancário em suas cidades. Os dados são do Banco Central do Brasil e foram compilados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O processo de fechamento de agências bancárias foi acentuado desde a pandemia da Covid. Desde 2019 foram extintas 3.216 agências bancárias.
A redução do número de agências veio acompanhada também da eliminação de postos de trabalho. Somente nos últimos 12 meses encerrados em abril de 2024, setor bancário eliminou 3.325 postos de trabalho. O dado é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Em contrapartida, no mercado de trabalho formal no Brasil, nos últimos 12 meses foram criadas 1,7 milhão de vagas formais no país. Somente em 2024, até abril, o número de vagas criadas ultrapassa 958 mil postos de trabalho. Os dados são do Caged.
Nesta quarta-feira 26 ocorreu a primeira rodada de negociação da Campanha Nacional dos Bancários 2024, visando a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho e dos acordos específicos de bancos, onde estão descritos todos os direitos dos trabalhadores de bancos. O primeiro tema discutido entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) foi a defesa dos empregos.
“A eliminação de agências e empregos bancários tem causado sobrecarga nos trabalhadores e precarizado o atendimento à sociedade. Os bancos são concessões públicas e têm o dever de oferecer atendimento, bem como ampliar a contratação para prestar um atendimento decente à população da qual obtém tantos ganhos por meio da cobrança de juros e tarifas. O movimento sindical bancário seguirá reivindicando a abertura de agências e de vagas de trabalho”, afirma Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.