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Abertura oficial comemora unidade dos bancários

Linha fina
Evento contou com a participação de representantes de sindicatos de todo o país e do deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino
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Curitiba - Depois de um longo dia de trabalho, dirigentes de sindicatos de todo o país reuniram-se para a abertura oficial da Conferência Nacional dos Bancários. Na  mesa, composta por representantes das entidades e pelo ex-presidente do Sindicato de São Paulo e deputado estadual (PT), Luiz Cláudio Marcolino, uma ausência foi registrada. O ex-presidente da Contraf, que agora está à frente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), não pode comparecer por problemas de saúde, mas mandou uma carta lamentando sua falta e conclamando os bancários à luta. Lembrou que basta a economia dar qualquer sinal de desaquecimento para os patrões pensarem em reduzir salários e retirar direitos. “Não vamos permitir. Este ano nossa campanha terá de ser ainda mais combativa. Mas, tenho certeza, sairemos vitoriosos.”

Os quase 700 delegados que lotavam o auditório ouviram ainda a saudação dos anfitriões da 14ª Conferência. O presidente da Fetec-CUT-PR, Elias Jordão, ressaltou a importância da realização do evento em Curitiba. “Além dos 80 anos do Sindicato de Curitiba e região, neste ano a Fetec-CUT-PR também completa 20 anos. E devemos lembrar também que a Contraf-CUT foi fundada aqui na capital paranaense, então temos história no movimento.”

O presidente do Sindicato de Curitiba, Otávio Dias, também comemorou: “o clima aqui esquentou sim, mas foi o calor humano com que recebemos vocês.”

Unidade – O deputado Marcolino lembrou da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, que em 2012 completa 20 anos e a unificação da negociação de bancos privados e públicos, em 2004. “Destaco esses dois patrimônios da nossa luta. O primeiro garantiu que todos os bancários tivessem os mesmos direitos, do Rio de Janeiro ou do Acre. O segundo, em 2004, foi a conquista da unidade dos trabalhadores bancários. Vocês vêm demonstrando, ano após ano, que é possível ousar e conquistar, continuar ousando e conquistando”, concluiu.

Que crise? – A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira (foto à direita), criticou a ganância dos bancos. E reforçou que a terceirização, a rotatividade, o assédio moral, o acúmulo de serviço e o aumento da jornada não se justificam em um setor que lucrou R$ 52 bilhões no ano passado e que, só no primeiro trimestre deste ano, acumulou R$ 12 bilhões (considerando apenas os balanços dos cinco maiores bancos do país).

“Na segunda (16) dei entrevista a dois jornalistas que me perguntaram a mesma coisa: como ficaria a campanha nesse contexto de crise internacional. Eu respondi devolvendo a pergunta e questionando: que crise o sistema financeiro nacional está passando? Eles não souberam me responder. Os bancos não estão passando por crise nenhuma, gente!”, disse a presidenta do Sindicato.

Juvandia lembrou ainda que, durante a campanha do ano passado, o discurso dos banqueiros, que encontra eco na grande mídia, era de que o aumento dos salários dos trabalhadores levaria à inflação. “Na verdade o remédio que os países europeus estão receitando, de arrocho salarial e austeridade, é que está aumentando a crise.”

A dirigente disse que os bancários têm de lutar, nesta Campanha, por aumento  do emprego, dos salários, melhoria das condições de trabalho. Mas também fazer coro com a sociedade e lutar por um sistema financeiro que de fato cumpra seu papel social, promovendo desenvolvimento com sustentabilidade.

Lembrou ainda que nem a redução da Selic, nem a iniciativa do governo em baixar as taxas de juros dos bancos públicos, diminuiu o spread bancário no Brasil, um dos mais altos do mundo.  “Temos que lutar pra mudar essa realidade.”

Outra bandeira desta Campanha, segundo Juvandia, deve ser o fim do fator previdenciário. “Também temos de ir pras ruas e colocar como eixo de nossa luta o fim do fator previdenciário. E ser contra essa história de idade mínima (para a aposentadoria). O brasileiro começa a trabalhar muito cedo!”, justificou.

Ousadia – “Apesar de pontos de vista às vezes divergentes, temos muito mais coisas em comum e um grau de unidade muito grande que conquistamos nesses anos de luta, fundamental para que sejamos a única categoria com a mesma Convenção Coletiva de Trabalho há 20 anos”, afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. “E só vamos avançar na CCT com o fortalecimento dessa unidade.”

O dirigente sindical defendeu mais ousadia da categoria na Campanha Nacional deste ano. “Precisamos inovar. Além do aumento real de salário, da valorização do piso e das melhorias na PLR, temos que eleger a rotatividade como o eixo principal da campanha, para acabar com esse instrumento perverso de redução da média salarial da categoria”, propôs Carlos Cordeiro. “Temos também que jogar peso na segurança bancária, no emprego e na saúde e condições de trabalho.”


Andréa Ponte Souza
Rede de Comunicação dos Bancários - 20/7/2012

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