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"Bancários são referência para trabalhadores"

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Presidenta do Sindicato Juvandia Moreira destaca modelo da categoria para a construção da pauta de reivindicações e afirma que categoria deve referendar exigências comuns a todas as categorias
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São Paulo - A presidenta do Sindicato e anfitriã da 15ª Conferência Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira afirmou durante a abertura solene do evento que a luta dos bancários é uma referência para todos os trabalhadores.

> Vídeo: unidade para conquistar diretos

"Juntar bancários de todos os estados para discutir uma pauta de reivindicações, estratégias, conjuntura... isso é uma referência. Aqui vamos divergir e debater, mas vamos sair com uma pauta construída. E que começa a ser construída bem antes, a partir do diálogo que mantemos com o trabalhador na base", falou a presidenta, na noite de sexta 19.

“Nesta conferência temos também que referendar os temas gerais dos trabalhadores. Como o fim do fator previdenciário, que é fundamental. Um estudo da CUT mostra que, com o fim do fator, cerca de 2 milhões de trabalhadores se aposentariam hoje. São novas vagas de emprego. É crescimento para o país. A redução da jornada, outro ponto da pauta dos trabalhadores, também geraria mais empregos para o país. E a luta contra o PL 4330, que amplia a terceirização e precariza o emprego. Nossa campanha é por melhores salários, por plano de carreira, mas é também por melhores condições de trabalho, que é melhoria da saúde, por empregos. Temos de sair dessa conferência mobilizados e preparados para enfrentar um dos setores mais poderosos do país, que é o sistema financeiro", acrescentou.

A Conferência reúne 630 delegados representando os bancários de todo o país, além de 44 observadores. Nela, será definida a pauta de reinvindicações da Campanha Nacional Unificada a ser entregue para a Fenaban (federação dos bancos).

Neste sábado 20, na parte da manhã haverá uma mesa para discutir a conjuntura política, econômica e social do país. Depois, os delegados e observadores se dividirão em quatro grupos para aprofundar a discussão sobre os temas Emprego, Remuneração, Condições de Trabalho e Terceirização e Reestruturação Produtiva do Sistema Financeiro Nacional.

As propostas aprovadas nos grupos serão submetidas à deliberação da plenária final da 15ª Conferência, no domingo 21, que definirá a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários de 2013.

Para o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, "esse é o momento de ousar e ir pra luta, de mobilizar, de fazer a disputa na sociedade em defesa dos interesses da classe trabalhadora, que passa pela defesa do emprego, pelo enterro do PL 4330 da terceirização, pela melhoria das condições de trabalho, pelo desenvolvimento econômico e social, por distribuição de renda e pela transformação do Brasil em um país mais justo, democrático e solidário."

Carlos Cordeiro manifestou a convicção de que a campanha deste ano será vitoriosa. "Acredito em cada sindicato, em cada dirigente sindical e na força da categoria, para aumentarmos a mobilização que tivemos no ano passado, a fim de ampliar as conquistas dos bancários. E tenho certeza de que este ano vamos conquistar novos avanços nos direitos dos bancários."

Arapucas da mídia - O presidente da CUT, Vagner Freitas, ironizou os banqueiros com um recado dirigido à base da categoria. "Os bancários devem ter percebido que a arapuca já está armada. Leiam os editoriais econômicos dos últimos dias. Por conta da conjuntura econômica que eles estão vivendo, por causa da alta da inflação e no descontrole dos gastos públicos, a política de reajuste salarial dos últimos dez anos não poderia mais ser praticada, pois aumento de salário gera mais inflação. Essa é a teoria que eles vão tentar emplacar."

O dirigente se referiu às manifestações de junho. "Nós, que estamos lutando há 30 anos, damos as boas vindas a vocês que começaram a lutar agora. Agora não venha a mídia tentar manipular esses manifestantes contra a pauta dos trabalhadores".

Vagner acrescentou que no dia 6 de agosto haverá novo dia nacional de luta contra o PL 4330, e no dia 30 de agosto paralisação de 24 horas, caso o governo não atenda as reivindicações dos trabalhadores apresentadas pelas centrais sindicais.

Emanoel de Souza, presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e representante da CTB, declarou que "o papel da juventude é a rebeldia. O desafio das centrais e movimentos sociais é construir a unidade na luta e elevar o nível de consciência dos trabalhadores e da população em geral. Só assim poderemos impedir que as vigorosas manifestações das últimas semanas sejam manipuladas pela direita e pela mídia."

Dirceu Travassos (Didi), da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), destacou a importância do momento histórico que o país atravessa com a força das mobilizações nas ruas, ressaltando que a Campanha Nacional dos Bancários de 2013 precisa incorporar esses novos elementos. "Devemos repensar nossa concepção de organização e estratégia, principalmente porque trabalhamos no setor que é o maior responsável pela crise econômica mundial, que é o sistema financeiro", afirmou Didi.

O diretor financeiro da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Aparecido Roveroni, o Cidão, destacou que é hora de unidade da categoria de "todas as tendências". O importante neste ano, nesta Campanha Nacional, é o emprego. E mais: "temos que ousar e inserir a luta contra o PL 4330 em nossa pauta".

Mobilização - Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e representante da Intersindical, Ricardo Luiz Lima Saraiva, o Big, os estudantes apontaram para o movimento sindical que o momento é de unidade e criticou o governo, "que tem de começar a defender o direito dos trabalhadores e deixar de andar de mãos dadas com banqueiros".

Ele disse que a CUT foi fundamental para barrar a votação do PL 4330 até agora e propôs: "Temos de apontar para a mobilização e no dia 6 ir para Brasília e deflagrar greve geral para impedir a aprovação do projeto da terceirização".

O presidente da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Nlton Damião Esperança, o Niltinho, também destacou as manifestações recentes. "Estamos vivendo um momento ímpar no nosso país, em que a população está indo às ruas para demonstrar sua insatisfação. E eu entendo que é hora de convencer os bancários a irem para essa luta, principalmente contra os banqueiros, que sugam os recursos do nosso país."


Ademir Wiederkehr, Alessandra Mota, Andrea Ponte Souza, José Luiz Frare, Júnior Barreto, Renata Silver e Rodolfo Wrolli, Rede de Comunicação dos Bancários - 19/7/2013

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