O crime, talvez, seja o do trabalho incansável da dirigente, como tantos outros sindicalistas no país e no mundo, na defesa dos direitos dos trabalhadores. No caso dela, desde o início da década de 1990.
Juvandia, além de representante de quase 150 mil bancários em São Paulo, Osasco e região, e de cerca de 500 mil em todo o Brasil, faz parte da direção da CUT. Está à frente da Editora Atitude, da Rede Brasil Atual (rede de comunicação dos trabalhadores), e integra o Conselho da Cidade e do Instituto Lula, motivo pelo qual muitas vezes participa de reuniões com empresários de vários setores. Discutir conjuntura e fazer a defesa dos interesses dos trabalhadores, seja em que fórum for, é papel do Sindicato.
Por essa razão, ela foi convidada para uma reunião organizada pelo ex-presidente Lula e pela empreiteira Odebrecht em maio de 2012, sobre conjuntura nacional. A participação de nenhum empresário foi questionada – dentre eles banqueiros como Roberto Setubal, do Itaú, e Luiz Trabucco, do Bradesco, Jorge Gerdau, Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, e o vice-presidente do Grupo Globo, João Roberto Marinho – mas dos representantes dos trabalhadores, sim (além dela, Sérgio Nobre, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC). A ponto de a mulher de Marcelo Odebrecht, ao ser comunicada da presença da sindicalista, afirmar: “Se sujar minha toalha de linho ou pedir marmitex...vou pirar. Saudações sindicais? Não mereço”.
O Sindicato apoia a apuração dos crimes de corrupção, problema estrutural que assola o país há décadas. Mas não aceita a seletividade que expõe alguns e protege outros. Nem que Juvandia, por ser presidenta de um sindicato, seja atingida sem provas e seus dados pessoais revelados de forma tão irresponsável. A entidade manterá firme sua atuação em defesa dos direitos dos bancários e de todos os trabalhadores. Mesmo que isso incomode muita gente.
NOTA À IMPRENSA - Editora Atitude
1. A Editora Atitude, fundada em 2007, não funciona como gráfica e sim como editora com o objetivo de viabilizar um projeto de comunicação construído em conjunto por entidades sindicais e movimentos sociais para levar à sociedade informação de qualidade e fortalecer a luta dos trabalhadores e sua participação maior em assuntos relacionados ao seu cotidiano.
2. A Editora Atitude é formada por 40 entidades sindicais que escolheram o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para representa-los. Localizada no centro de São Paulo, sua estrutura é composta por 34 profissionais que integram a equipe.
3. A Editora Atitude é uma empresa privada que produz conteúdo jornalístico para vários veículos, sem vínculo partidário. Seu conteúdo é focado no mundo do trabalho, no emprego, no crescimento econômico do País com inclusão social, nos direitos humanos e na defesa da cidadania do povo brasileiro.
4. A matéria publicada pelo site ignora os depoimentos de diretores, funcionários e coordenadores da Editora Atitude, prestados no mês de julho, perante à justiça, onde foram esclarecidas as demandas com total transparência.
5. As transações financeiras da Editora passam por uma única conta corrente e sua contabilidade é retratada nos respectivos extratos. Entre junho de 2010 a abril de 2015, a Editora teve receita média de R$ 6,1 milhões/ano (o que totaliza R$ 33 milhões no período) para custeio de despesas com a folha de pagamento e produção jornalística, valor este totalmente compatível com as atividades prestadas.
6. Não é verdadeira a informação de que seriam depositados em espécie (em dinheiro) na conta Editora Atitude R$ 17,95 milhões entre dezembro de 2007 e março de 2015. Não há nenhuma movimentação financeira em dinheiro feita pela Editora e todos os depósitos ocorrem por meio de cheques cruzados e nominais.
7. A matéria também erra ao relacionar a Odebrecht com a Editora Atitude. Em relação a reunião organizada a pedido do ex-Presidente Lula em 2012, tratou-se de evento realizado entre sindicalistas e empresários para debater a conjuntura nacional, absolutamente comum no meio político e empresarial.
8. A Editora contesta a publicação do Estado de São Paulo que apresenta relatório policial confidencial, expondo dados pessoais de jornalistas e dirigentes sindicais.
9. A Editora Atitude reafirma que toda a receita da empresa destina-se ao custeio das atividades de produção jornalística.
Editora Atitude Ltda