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Aumento real, emprego, não à retirada de direitos

Linha fina
Consulta nacional reforça principais reivindicações e reação contra projetos do governo interino de terceirização ilimitada e mudanças que ameaçam aposentadoria, férias e determinem jornada maior
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São Paulo – O segundo dia da Conferência Nacional dos Bancários foi aberto no sábado 30 pela apresentação dos resultados da consulta nacional feita com a categoria, respondida por 44.626 bancários em todo o Brasil. E reforçou à consulta feita com a categoria em São Paulo, que apresentou como principais reivindicações o aumento real (81% das respostas); PLR maior (88%); fim das demissões, com mais contratações (73%); e melhores condições de trabalho, sem assédio moral ou metas abusivas (60%).

Nacionalmente, a categoria também mantém a defesa dos bancos públicos (88%), se coloca contra a terceirização ilimitada (87%), o aumento do tempo para se aposentar (76%) e mudanças que ameacem férias, jornada extra e 13º salário (85%). A democratização da mídia é considerada importante por 63% dos entrevistados.

Conjuntura – O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou uma análise sobre a conjuntura em que se dará a Campanha Nacional Unificada 2016.

O Produto Interno Bruto (PIB) segue em queda com menos 3,80% em 2015 e menos 3,35% em 2016. A projeção de crescimento de 1% em 2017 pode ser comprometida, segundo a economista do Dieese Regina Camargos, pelas medidas restritivas que o governo interino quer adotar.

Dentre as mais graves, ela destacou a PEC 241/2016. Caso seja aprovada, as despesas da União só poderão crescer com base na inflação do ano anterior. As verbas vão privilegiar o pagamento da dívida pública o que, na prática, desvincula receitas da educação e da saúde previstas na Constituição Federal. “É, sem dúvida, a maior ameaça”, afirma.

Outra ameaça que ataca diretamente direitos dos trabalhadores é a reforma da Previdência prevendo a fixação e equalização da idade mínima entre 65 e 70 anos para homens e mulheres da cidade e do campo, além da desindexação do salário mínimo.

A urgência para votação do PLS 30/2015, que libera a terceirização para atividades-fim, é outra frente de retirada de direitos pairando sobre a classe trabalhadora, assim como a reforma trabalhista com foco na prevalência do negociado sobre o legislado. “O ministro diz que não pretende mexer em direitos, mas defende esse modelo que pode colocar em risco muitos direitos que as categorias conquistaram”, critica a economista.

A taxa básica de juro no Brasil, em 14,25% ao ano, é outro elemento que atrapalha o crescimento e faz do Brasil o país com a maior taxa real de juro do planeta.

O índice de desemprego, que saiu de patamares de pleno emprego de cerca de 7% há alguns anos e já chega quase aos 18%, é mais um complicador da conjuntura. Já há quase 13 milhoes de pessoas desocupadas no país.


Cláudia Motta - 30/7/2016
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