São Paulo - A partir do dia 1º, data base da categoria, os bancários terão reposição total da inflação (INPC) mais 1% de aumento real em salários e demais verbas, inclusive na PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Conquista da Campanha Nacional Unificada 2016, após 31 dias de uma greve histórica, o acordo de dois anos garantiu aumento real e, em meio a uma conjuntura de desmonte trabalhista, preservou direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) até 31 de agosto de 2018.
A estratégia mostrou-se ainda mais acertada diante da política de retirada de direitos pelo governo Temer com a reforma trabalhista e a terceirização irrestrita. Para assegurar que a CCT não seja desrespeitada, por meio do desmonte da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o Comando Nacional dos Bancários entregou documento à Fenaban (federação dos bancos), aprovado na 19ª Conferência Nacional, para construção de um termo de compromisso “que proteja empregos, resguarde direitos históricos e que delimite os atos nocivos que podem advir das referidas leis e de outras que ainda tramitam no Congresso Nacional”.
“Nosso direitos estão previstos na CCT e garantidos até 31 de agosto de 2018. Não aceitaremos desrespeito e queremos deixar isso ainda mais acertado no termo de compromisso”, destaca a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, ressaltando ameaças como o trabalho temporário, o intermitente, a contratação de autônomos (PJ) e terceirizados, a responsabilização dos empregados em caso de teletrabalho, o risco de perda de direitos diante do enfraquecimento da relação com os sindicatos.
A Fenaban informou que precisa de um tempo para avaliar o documento e vai retornar ao Comando. “A união e mobilização da categoria foi essencial para garantirmos aumento real este ano, em uma conjuntura difícil, de rebaixamento de salários e corte de direitos. Agora, a mesma forte mobilização se faz necessária para a não retirada de direitos”, conclama Ivone.
A presidenta do Sindicato lembra ainda que é de grande importância que os bancários se sindicalizem. “O Sindicato é a soma da força de todos os associados. Quanto maior a aproximação da categoria com a entidade, mais forte seremos para defender nossos empregos e direitos”.