Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Crise?

Bradesco lucra mais de R$ 14 bi em nove meses

Linha fina
Resultado representa aumento de 11,2% em relação ao lucro líquido ajustado no mesmo período de 2016; Sindicato cobra mais contratações e efetivação do Centro de Realocação e Requalificação Profissional
Imagem Destaque
Foto: Mauricio Morais

São Paulo - O Bradesco teve lucro líquido ajustado de R$ 14,162 bilhões nos primeiros nove meses deste ano, aumento de 11,2% em relação ao mesmo período de 2016. Por outro lado, eliminou 9.234 postos de trabalho bancário em 12 meses – desses, 4.455 vagas foram extintas apenas nos últimos quatro meses, por meio do PDVE – e fechou 492 agências no mesmo período, 223 somente no último trimestre. 
 
“Diante dos ótimos resultados do Bradesco, avaliamos que é necessário que o banco efetive o quanto antes o Centro de Realocação e Requalificação Profissional, conquista da Campanha Nacional 2016 que visa exatamente evitar demissões. Sabemos que o Bradesco tem contratado novos bancários, mas consideremos que é necessário contratar ainda mais e, principalmente, adequar o quadro de funcionários em agências e departamentos para acabar com o sufoco pelo qual passam os funcionários”, diz a secretária-geral do Sindicato e bancária do Bradesco, Neiva Ribeiro.

Em julho de 2017, o Bradesco lançou um Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE). A data limite para adesão ao plano encerrou-se ao final de agosto de 2017, com a adesão de 7,4 mil funcionários, com custo total de R$ 2,3 bilhões.

Outro dado que chama atenção no balanço é a receita que o banco obtém com tarifas cobradas de clientes, que alcançou R$ 17,7 bilhões, um aumento de 13%.

“Somente com tarifas cobradas dos clientes, o Bradesco cobre em 109% o total das suas despesas com pessoal. Se desconsideradas as despesas extraordinárias com o PDVE, essa cobertura chega a 126%. Ou seja, enquanto o cliente injeta mais dinheiro no banco com o pagamento das tarifas, conta com menos bancários – e cada vez mais sobrecarregados – e menos agências para atendê-lo”, explica Neiva.

A dirigente lembra que o artigo 192 da Constituição determina que o sistema financeiro nacional deve ser estruturado “de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade (...)”. “Algo que obviamente não ocorre. Uma vez que a atual estrutura do sistema financeiro serve apenas aos lucros sempre crescentes dos bancos, e não ao desenvolvimento do país e nem aos interesses da coletividade”, avalia.

Mais números – O resultado do Bradesco nos nove primeiros meses do ano foi composto principalmente por atividades financeiras (70,9% do total) e comercialização de seguros, previdência e capitalização (29,1% do total). A redução de 6% nas despesas de captação de recursos também contribuiu para o resultado.

Assim como observado nos demais bancos, o Bradesco reduziu significativamente o pagamento de impostos devido à utilização de créditos tributários.

Os ativos totais, em setembro de 2017, registraram saldo de R$ 1,312 trilhão, crescimento de 3,3% em relação ao saldo de setembro de 2016.

A carteira de crédito expandida, em setembro de 2017, atingiu R$ 486,864 bilhões, com queda de 6,7% em relação ao saldo de setembro de 2016. As operações com pessoas físicas totalizaram R$ 172,207 bilhões (crescimento de 0,7% em relação a setembro de 2016), enquanto operações com pessoas jurídicas atingiram R$ 314,657 bilhões (redução de 10,3% em relação a setembro de 2016).

O índice de inadimplência superior a 90 dias encerrou setembro de 2017 em 4,8%, queda de 0,2 p.p. em comparação ao índice de junho de 2017.

Aos acionistas foram pagos e provisionados, a título de juros sobre o capital próprio, R$ 4,597 bilhões relativos ao lucro gerado no período de nove meses de 2017. 

seja socio