O processo de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) gerou uma perda de pelo menos R$ 4,5 bilhões aos cofres estaduais. Isto porque as ações foram vendidas por um preço 22% menor do que o preço de mercado. As ações do último pregão fecharam em R$ 87.
Já um estudo do Sintaema (Sindicato dos trabalhadores em água, esgoto e meio ambiente do estado de São Paulo) encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo indica que cada ação da Sabesp vale R$ 103,90. Considerando esse preço, o governo paulista abriu mão de cerca de R$ 8 bilhões ao vendê-las por R$ 67.
Em evento nesta manhã na B3, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) oficializou a entrega da Sabesp. A companhia foi privatizada por R$ 14,8 bilhões. Com o processo finalizado, o governo de São Paulo reduziu sua participação à frente da companhia de 50,3% para 18,3%
A empresa foi entregue a um único sócio, a Equatorial Energia, que abocanhou 15% das ações. A empresa possui apenas três anos de experiência no setor de saneamento. Em 2021, ela arrematou a concessão do serviço em 16 cidades no Amapá, com 730 mil habitantes.
PT vai ao STF contra privatização da Sabesp
O PT ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma nova ação questionando a lei que autorizou a privatização da Sabesp
Para a legenda, a lei sancionada em dezembro do ano passado por Tarcísio de Freitas e os atos administrativos ligados ao processo de privatização descumprem os princípios da competitividade e da economicidade, entre outros.
“Nossa luta contra a privatização de empresas públicas se mantém. O processo de privatização da Sabesp, além de extremamente prejudicial à população de São Paulo, foi realizado de modo acelerado e sem o adequado debate por parte da sociedade. Os trabalhadores lutaram durante anos, conseguimos, no fim do ano passado, ajuizar uma ação que suspendeu a audiência pública que iria discutir a privatização da Sabesp. Além de um prejuízo para o estado, a privatização vai prejudicar a população mais pobre e vulnerável.”
Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo