
O Bradesco obteve, no primeiro semestre de 2025, lucro líquido recorrente (que exclui itens extraordinários do período) de R$ 11,931 bilhões, crescimento de 33,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação entre o segundo e o primeiro trimestre deste ano, o crescimento do lucro foi de 3,5%.
Já o retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) ficou em 14,6%, acréscimo de 3,5 pontos percentuais (p.p.) em doze meses. De acordo com o relatório do banco, o desempenho das receitas é a principal razão para a melhoria da rentabilidade. A receita do Bradesco atingiu R$ 34 bilhões no trimestre, um aumento de 15,1% em relação ao ano anterior, impulsionada por forte crescimento em todas as linhas: margem financeira total (alta de 15,8% em doze meses), receitas com serviços (+5,3%) e seguros (+33,4%, com ROE de 21,4%).
Corte de empregos e fechamento de agências
Apesar do resultado expressivo do primeiro semestre, o Bradesco segue cortando postos de trabalho e fechando agências, o que prejudica bancários, clientes e a população como um todo.
A holding Bradesco encerrou junho de 2025 com 82.147 funcionários, sendo 70.724 do banco Bradesco. Este número corresponde a um corte de 2.564 postos de trabalho em doze meses. Destes, 1.218 empregos foram eliminados apenas no último trimestre.
Em 12 meses, o Bradesco também fechou 342 agências bancárias, 1.067 postos de atendimento (PA e PAE) e 127 unidades de negócios.
“O banco justifica estes números alegando ´otimização do custo de servir´. Otimização é uma palavra bonita que neste caso, na prática, significa cortar custos para maximizar o lucro do banco, o que prejudica os bancários, tanto aqueles que deixam o Bradesco, quanto os que permanecem, cada vez mais sobrecarregados e adoecidos; e também os clientes, que ficam com o atendimento precarizado devido ao número cada vez menor de agências e funcionários”, diz o dirigente do Sindicato e bancário do Bradesco Márcio Vieira.
A base de clientes do Bradesco teve acréscimo de 1,1 milhão de novos correntistas em doze meses, totalizando 74 milhões de clientes. Cabe destacar ainda que, apenas com o que arrecada com prestação de serviços e de tarifas bancárias - receita secundária que cresceu 5,3% em doze meses, totalizando R$ 15,0 bilhões - o Bradesco cobre o total de suas despesas com pessoal, incluindo a PLR, em 115,8%.
“Um banco como o Bradesco, com o ótimo resultado apresentado, não tem qualquer justificativa para seguir com esta política agressiva de corte de postos de trabalho e fechamento de agências, prejudicando a todos, bancários e clientes. Intensificaremos cada vez mais a nossa luta em defesa do emprego bancário e de um atendimento adequado para a população”, enfatiza Márcio Vieira.
Outros números
A Carteira de Crédito Expandida do Bradesco apresentou alta de 11,7% em doze meses e 1,3% no trimestre, superando o montante de R$ 1 trilhão em junho de 2025.
A carteira pessoa física cresceu 15,9% no período, totalizando R$ 442,4 bilhões. Os destaques desse segmento foram o crédito pessoal (+17,5%), imobiliário (+17,6%) e crédito rural (+89,1%).
Já segmento pessoa jurídica apresentou crescimento de 8,6% no período, totalizando R$ 576 bilhões. O saldo da carteira de grandes empresas ficou praticamente estável (-0,2%), enquanto o das micro, pequenas e médias empresas registrou expansão de 25,2%.
A taxa de inadimplência superior a 90 dias ficou em 4,1% ao final junho de 2025, com queda de 0,2 p.p. em comparação a junho de 2024.
