
Neste 25 de julho, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região reforça a importância do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Durante todo o mês, conhecido como "Julho das Pretas", ações culturais, rodas de conversa e manifestações exaltam a resistência e reforçam o combate ao racismo, à violência e às desigualdades estruturais.
A data tem origem em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, realizado na República Dominicana. No Brasil, foi oficializada em 2014 com a criação do Dia Nacional de Tereza de Benguela, liderança quilombola que se tornou referência na luta e na organização das mulheres negras.
A proposta central é dar mais visibilidade às demandas da população negra e fortalecer a defesa de direitos fundamentais, como saúde, educação, moradia adequada, além do enfrentamento ao racismo, ao machismo, à violência política e ao feminicídio.
"As mulheres negras ainda são minoria na categoria bancária e sofrem com diversas desigualdades. Por isso, é muito importante ressaltarmos essa data como um marco de reflexão e, mais do que isso, como um ponto de partida para a criação e fortalecimento de políticas de enfrentamento às desigualdades no mundo do trabalho e à violência de gênero", afirma Erica de Oliveira, secretária de Imprensa e Comunicação do Sindicato.
Marcas da desigualdade
Dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), de 2024, compilados pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram um cenário ainda longe do ideal na categoria bancária:
- Mulheres negras representam apenas 12,45% da categoria
- A remuneração média das mulheres negras é 37,7% inferior a remuneração média dos bancários brancos do sexo masculino.
- Mulheres negras ocupam apenas 10,8% dos cargos de liderança nos bancos
"Os números desiguais encontrados na nossa categoria são reflexo da nossa sociedade racista, que ainda carrega as marcas de séculos de escravidão. Esse cenário evidencia o racismo estrutural no setor financeiro e só será resolvido com ações afirmativas. Por isso, a cada Campanha Nacional, exigimos mais contratações de pessoas negras e mais políticas sérias de inclusão para essa população."
Erica de Oliveira
Combate à violência
O racismo também se expressa de forma cruel na violência que atinge as mulheres negras. De acordo com o Atlas da Violência 2023, elas representam 66% das vítimas de feminicídio no Brasil, um dado alarmante que demanda respostas urgentes do poder público e da sociedade.
Como forma de enfrentamento, o Sindicato desenvolveu o projeto "Basta! Não irão nos calar", que oferece apoio jurídico e acolhimento a mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
O atendimento é gratuito e sigiloso, com agendamento pelo WhatsApp, no número (11) 97325-7975, onde a vítima é rapidamente atendida por uma advogada especializada.
Marcha das Mulheres Negras
Nesta sexta-feira (25), acontece a 10ª Marcha das Mulheres Negras de São Paulo. A atividade acontece na Praça da República, na capital paulista, com o mote "Mulheres negras em marcha por reparação, bem viver e contra as violências do Estado".
• Sexta-feira | 25 de julho de 2025
• Praça da República
• Concentração às 17h
