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Banco do Brasil lucra R$ 5,7 bi no semestre

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Provisionamento aumenta em 27,8% e resultado da Previ foi inferior ao de 2011, mas receita com tarifas cresce 21,3%, acima da projeção do banco de no máximo 18%
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São Paulo – O Banco do Brasil teve lucro líquido de R$ 3 bilhões no segundo trimestre de 2012. O resultado é 20,2% maior em relação ao do primeiro trimestre do ano. No semestre, o lucro líquido ajustado da instituição chegou a R$ 5,7 bilhões.

No balanço divulgado nesta terça 14, nota-se que a queda em relação ao segundo semestre de 2011, de 7,5%, deve-se, em parte, ao menor resultado proveniente da Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil). De janeiro a junho do ano passado este resultado chegou a R$ 1,9 bi e no mesmo período deste ano foi de R$ 781 milhões.

Além disso, o banco aumentou as despesas com provisionamento. O chamado PDD (Provisionamento para Devedores Duvidosos), que é o que a empresa reserva para cobrir possíveis perdas com inadimplência, aumentou 27,8% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2011, totalizando R$ 7,252 bilhões. Esse aumento não se justifica no nível de inadimplência registrada pelo banco, que fechou junho em apenas 2,1%, patamar bastante inferior ao verificado no Sistema Financeiro Nacional, de 3,8%.

Tarifas – De janeiro a junho deste ano as receitas com tarifas cresceram 21,3% em relação ao primeiro semestre de 2011, alcançando R$ 10,3 bilhões. O banco justifica o aumento com o “crescimento da oferta de crédito, sua forte atuação no varejo e o Programa Bom pra Todos”. É importante ressaltar que com esse montante, a instituição cobre em 130,25% todos os seus gastos com despesas de pessoal. Essa relação é ainda maior do que era no primeiro semestre de 2011, quando a receita com tarifas cobria as despesas com pessoal em 124,89%.

Carteiras de crédito – Houve ainda aumento das carteiras de crédito do banco. A de pessoas físicas chegou a R$ 139,282 bilhões no semestre encerrado em junho, aumento de 5% em relação ao trimestre anterior e de 13,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o crédito para pessoa jurídica alcançou R$ 188,495 bilhões em junho, um crescimento de 8,4% em relação aos três meses anteriores e de 21,3% na comparação com o mesmo período de 2011.

“O balanço  mostra que a instituição pode, com folga, atender as reivindicações da categoria, que estão sendo postas nas mesas de negociação com os representantes dos bancos, durante a Campanha Nacional. Tanto que o banco cobre suas despesas de pessoal apenas com o que arrecada das tarifas cobradas dos clientes pelos serviços, que é apenas uma receita secundária”, destaca o diretor executivo do Sindicato e funcionário do BB Ernesto Izumi.

O dirigente destaca ainda que, embora o banco tenha contabilizado em seu resultado valores da Previ, os recursos permanecem no fundo de pensão. "Denunciamos o banco no Conselho de Valores Mobiliários e também questionamos a resolução CGPC 26, que permite às patrocinadoras utilizar parte do superávit dos fundos de pensão. Mas o BB continua a utilizar medidas contábeis para inflar seu lucro. Para defender os associados do Plano 1 da Previ, estamos apoiando o projeto de lei parlamentar 161/2012, que garantirá mais proteção aos recursos dos participantes" completa Ernesto.


Redação - 14/8/2012

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