São Paulo – As instituições financeiras geraram 2.350 postos formais de trabalho no primeiro semestre deste ano, que representam expansão de apenas 0,46% no emprego bancário. Se compararmos com o mesmo período do ano passado, houve redução de 80,40% no número de vagas geradas, já que entre janeiro a junho de 2011 foram 11.978 postos.
Os dados da 14ª Pesquisa de Emprego Bancário, feita pelo Dieese e Contraf-CUT com base em números do Caged, mostram que um dos setores mais lucrativos do país continua contribuindo pouco para a economia e a sociedade brasileiras.
O saldo de empregos gerados só não foi negativo porque contou com a abertura de 3.492 vagas pela Caixa Federal. Já os bancos múltiplos com carteira comercial, que incluem grandes instituições como Itaú, Bradesco, Santander e BB, tiveram saldo negativo em 1.209 postos.
Comparando essas 2.350 vagas com o número de postos gerados no Brasil no primeiro semestre, um saldo positivo de 1 milhão de empregos (1.047.914), a contribuição dos bancos foi de apenas 0,22% .
Rotatividade – A pesquisa constata ainda que a rotatividade no setor continua alta. No primeiro semestre os bancos contrataram 23.336 empregados e desligaram 20.986. E diminuíram a massa salarial, já que admitiram com salários 35,40% inferiores a dos desligados: a remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.708,70 e a dos desligados de R$ 4.193,22.
Cabe ressaltar que na economia brasileira como um todo, a diferença entre a média salarial dos contratados é 7% inferior à média salarial dos demitidos.
Desigualdade – Os dados do Caged mostram ainda que a desigualdade entre homens e mulheres persiste nos bancos. Os homens foram maioria tanto entre admitidos quanto entre desligados no primeiro semestre, e também ingressaram e saíram com salários maiores do que as mulheres. Enquanto eles entraram com uma renda média de R$ 3.087,69, as bancárias ingressaram com remuneração média de R$ 2.311,14. Eles foram desligados ganhando em média R$ 4.848,99 e elas, R$ 3.477,45.
Mais jovens – A pesquisa aponta também que houve mais contratações entre os jovens. As faixas etárias até 29 anos apresentaram saldo positivo de vagas, principalmente a 18 a 24 anos com 6.288 postos. Já as faixas etárias a partir dos 30 anos tiveram saldo negativo.
Menor escolaridade – Os maiores saldos de emprego estão entre os trabalhadores com ensino médio completo e com superior incompleto. Para trabalhadores com ensino superior completo foram fechados 3.242 postos de trabalho.
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Redação, com informações da Contraf-CUT - 6/8/2012