São Paulo – Ele foi desmascarado. A identidade do personagem misterioso que circulou pelo site do Sindicato nos últimos dias, de capa e cartola, foi divulgada nesta quarta-feira 1º, durante a passeata que lançou nas ruas a Campanha Nacional dos Bancários 2012. Sob o mote, Chega de truque, banqueiro! os bancários denunciaram, sempre com muito bom humor, os truques dos bancos à sociedade. Aumentar demais os provisionamentos para diminuir lucros, cobrar os juros mais altos do mundo e aumentar tarifas, demitir trabalhadores e tornar o tempo de espera e as filas nas agências cada vez maiores são alguns dos maus exemplos que saem dessas cartolas.
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Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato, ressaltou que o primeiro truque a ser desmascarado pela mobilização dos trabalhadores é a tentativa das instituições financeiras de esconder os lucros que conquistaram recentemente.
“Os bancos aumentaram demais seus provisionamentos para devedores duvidosos, desproporcional à leve alta da inadimplência, que já caiu em junho e segundo o Bacen continuará em queda." A provisão para possíveis não pagamentos de dívidas (PDD) é a reserva feita com base na expectativa de perdas com a inadimplência, que é contabilizada no resultado final e por isso diminui o lucro.
Ao som do maracatu e puxada pela animação e disposição de centenas de bancários, a passeata levou às ruas do centro histórico as principais reivindicações da categoria: “chega de truque com o salário: aumento real”; “chega de truque com os direitos: vales refeição e alimentação maiores”; “chega de truque com o emprego: fim da terceirização”; “chega de truque com a saúde, fim das metas abusivas e do assédio moral” (veja no quadro as principais reivindicações da categoria).
Raquel Kacelnikas, secretária-geral do Sindicato, destacou que a campanha também cobra o fim do assédio moral sofrido pelos bancários, com altos índices de adoecimento na categoria em função da pressão e da cobrança por metas a que estão submetidos diariamente. “Nós queremos que o bancário tenha dignidade no ambiente de trabalho e não seja obrigado a fazer aquilo em que ele não acredita somente para garantir o salário.”
M de mobilização – A passeata também contou com ilusionistas que “desvendaram” alguns dos truques dos banqueiros e divertiram a população com números de mágica. Mas a verdadeira mágica, a da mobilização, foi revelada em performance na Praça do Patriarca. Bancários formaram a palavra mobilização e passaram a mensagem: só com união os trabalhadores vão conquistar e ampliar direitos.
Para além das preocupações próprias da categoria, os bancários reivindicam que as instituições financeiras de fato cumpram seu papel social e contribuam para o desenvolvimento do país, baixando juros e tarifas, ampliando o crédito e a bancarização da população e gerando empregos ao invés de demitir trabalhadores, como vêm fazendo.
“Os bancos lucram como nenhum outro setor no país e não repassam para a sociedade as políticas sociais implantadas recentemente pelo governo, além de não contribuírem para a criação de mais empregos. Eles dizem que estão diminuindo as taxas de juros, mas na verdade estão aumentando o valor das tarifas. Além de não gerarem mais postos de trabalho, sobrecarregam os funcionários e realizam demissões em massa, como no caso recente do Itaú que demitiu cerca de 7 mil trabalhadores”, contestou a presidenta do Sindicato.
Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, participou do ato de lançamento da Campanha 2012 em São Paulo e ressaltou que o Comando Nacional dos Bancários espera que a federação dos bancos (Fenaban) tenha a responsabilidade e o compromisso de resolver todos os problemas na mesa de negociação. “Esperamos que eles respeitem a negociação e não empurrem a categoria para a greve”, finalizou.
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Andréa Ponte Souza e Tatiana Melim – 1/8/2012
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Bancários lançaram nas ruas do centro Campanha Nacional 2012 e apresentaram reivindicações da categoria para sociedade
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