São Paulo - Somente a receita das instituições financeiras com arrecadação de tarifas já é mais do que suficiente para cobrir as despesas dos bancos com a folha de pagamento. É o que mostra o levantamento feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
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Os sete maiores bancos do país acumularam R$ 41,8 bilhões com tarifas no primeiro semestre de 2012, valor quase 14% maior do que os R$ 36,7 bilhões do mesmo período do ano passado. Esse total é o equivalente a 131,75% das despesas com pessoal. Ou seja, o arrecadado com prestação de serviços paga toda a folha e ainda sobra bastante nos cofres dos banqueiros.
Vale lembrar que os bancos têm diversas outras fontes de arrecadação, como intermediação financeira e venda de produtos, por exemplo.
É o caso, por exemplo, do banco Santander, que aumentou em 10,67% a arrecadação com tarifas, chegando a R$ 10 bilhões. Com esse total, é possível pagar toda a folha de pagamento e ainda ter sobra de cerca de 60% do valor. O cenário repete-se no Itaú, Bradesco, Caixa e Banco do Brasil. No Safra, o arrecadado "só" paga 95,5% da folha e, no Safra, 66% (confira tabelas).
Além disso, outros indicadores (como rentabilidade, prestação de serviços, operações de crédito) deixam claro que o setor é o que ainda mais lucra no país. E só não lucraram mais, pois houve um aumento absurdo do Provisionamento para Devedores Duvidosos (PDD), desproporcional ao aumento da inadimplência.
Tatiana Melim - 22/8/2012