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Sindicato fecha 29 agências do Itaú por respeito

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Banco ampliou horário de atendimento sem consultar os trabalhadores, que estão se desdobrando para se adaptar com receio de represálias
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São Paulo – A ação unilateral da diretoria do banco Itaú de alterar o horário de suas agências sem consulta ao Sindicato ou trabalhadores resultou no fechamento de 29 unidades em São Paulo.

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A paralisação, promovida pelo Sindicato nesta segunda-feira 27, foi motivada pelo desrespeito do banco à jornada de trabalho dos bancários expondo funcionários e clientes à falta de segurança. Todas as agências paralisadas na região central, oeste e da Avenida Paulista tiveram seus horários alterados: das 9h às 16h ou das 11h às 19h. A medida desrespeita o horário de funcionamento do sistema financeiro, que, no caso de São Paulo, convencionou-se das 10h às 16h para o atendimento ao público.

Daniel Reis, diretor executivo do Sindicato e funcionário do Itaú, destaca que “a mudança também interfere na vida pessoal do bancário, seja no deslocamento ao trabalho ou na rotina pessoal, como no caso daqueles que estudam ou precisam pegar filhos na escola. E isso o banco tem de respeitar”. O dirigente ainda ressalta que muitos bancários estão insatisfeitos com a alteração, mas não conseguem explicar as impossibilidades de cumprir o novo horário com receio de sofrer represálias ou até mesmo de perder o emprego.

Para a gerente-geral de uma das agências paralisadas, não dá para entender a medida imposta pelo banco, uma vez que faltam funcionários para atender o público até no horário tradicional das 10h às 16h. “Eu quero ter qualidade de vida, estou indo almoçar às 16h e com o fechamento da minha agência às 19h, só consigo ir embora às 20h”, conta a bancária que diz não ter conseguido se programar para trabalhar até esse horário. A frustração vai além, já que há alguns dias a bancária sofreu um assalto enquanto ia embora. “É um horário muito tarde para sair do banco. Fico com medo, não tenho nenhuma segurança”.

Para se adequar ao novo expediente de trabalho, a trabalhadora está sacrificando sua vida pessoal. “Tenho dois filhos, não tenho tempo nem para preparar o jantar”, relata.

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Gisele Coutinho – 27/8/2012

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