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Veja o que já ocorreu nas mesas de negociação

Linha fina
Nova rodada de debate com a Caixa Federal ocorre nesta sexta-feira 17 e com Banco do Brasil será na próxima semana. fique por dentro de todos os passos da Campanha 2012
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São Paulo - A pauta de reivindicações da categoria bancária foi entregue à federação dos bancos (Fenaban) no dia 1º de agosto. No mesmo dia, foram entregues às direções dos respectivos bancos as pautas específicas dos bancários do BB e Caixa

> Negociações interrompidas por luto

Emprego – A primeira mesa de negociação com a Fenaban ocorreu seis dias depois, na terça-feira 7, e discutiu as reivindicações de emprego, entre elas mais contratações, o fim da rotatividade e das terceirizações, a aprovação da Convenção 158 da OIT, que inibe dispensas imotivadas e o abono assiduidade de cinco dias para todos.

O Comando Nacional dos Bancários apresentou aos representantes dos bancos dados que comprovam que o setor financeiro, o mais lucrativo e rentável do país, gera poucos postos de trabalho, usa a rotatividade como forma de diminuir a massa salarial dos trabalhadores e sobrecarrega os funcionários.

Foram apresentados números da pesquisa feita pelo Dieese e Contraf-CUT, baseada no Caged, mostrando que se no primeiro semestre do ano passado os bancos geraram 11.978 empregos, nos primeiros seis meses deste ano, foram apenas 2.350 postos de trabalho, ou seja, uma redução de 80,40%. Além disso, os bancos responderam por apenas 0,22% das 1,04 milhão de vagas criadas em toda a economia brasileira no primeiro semestre deste ano.

O Comando também citou as demissões ocorridas em grandes bancos privados como o Itaú (9 mil demitidos em 12 meses) e a ampliação dos correspondentes bancários – uma das formas de terceirização que precariza o emprego da categoria –, que em um ano cresceram 256%.

Os representantes dos banqueiros fizeram questão de diminuir a força dos números e atribuíram a redução de postos a “ajustes, uma prática normal de mercado.” Eles também afirmaram que os bancários não estão preocupados com emprego, apesar de essa ser uma das questões mais citadas na pesquisa do Sindicato que ouviu mais de 12 mil trabalhadores.

Saúde – A segunda mesa de negociação ocorreu no dia 8 e discutiu questões de saúde. O Comando Nacional cobrou dos bancos o fim do assédio moral e das metas abusivas, fim da discriminação de funcionários em reabilitação e o cumprimento da NR 17, para que todos tenham direito a intervalos de 10 minutos a cada jornada de 50 minutos trabalhados.

Apesar de os bancários sofrerem de LER e doenças mentais em níveis epidêmicos, os representantes da Fenaban menosprezaram a pressão exercida no trabalho pelo cumprimento de metas abusivas. Para eles, as metas não sobrecarregam os funcionários, mas “são desafiadoras” e que são formas de gestão, além dos limites de atuação do movimento sindical. Os bancários deixaram claro que é preciso discutir as metas sim, para que os trabalhadores parem de adoecer.

Ficou estabelecido na negociação que o instrumento de combate ao assédio moral deve ser mantido e aprimorado. Os bancários também cobraram da Fenaban respeito ao acordo assinado em 2009, que trata do programa de reabilitação nos bancos, mas ao qual nenhuma instituição aderiu. A Fenaban se comprometeu a, até o fim das negociações, informar quem iria aderir ao programa.

BB – A primeira rodada de negociação do BB ocorreu nos dias 13 e 14. A primeira reivindicação apresentada para o tema emprego e condições de trabalho foi o cumprimento da jornada legal de 6 horas sem redução de salário, considerada prioridade para os bancários do BB. Ela foi negada novamente pelos representantes do banco. Também foram debatidos temas como combate ao assédio moral, fim da terceirização e igualdade de direitos para os funcionários oriundos de bancos incorporados (Cassi e Previ para todos). Mas o banco até agora não apresentou nenhuma proposta concreta aos trabalhadores.

A segunda rodada do BB será realizada na próxima semana, em data a ser definida. Entre os temas estão blocos de remuneração e plano de carreira.

Caixa – A primeira rodada de negociação específica da Caixa foi no dia 10 e a direção do banco manteve posição de intransigência e rejeitou a maioria das reivindicações dos empregados como isonomia entre novos e antigos trabalhadores, pagamento do vale-alimentação aos aposentados, fim do voto de Minerva na Funcef e a definição de critérios para descomissionamento. A nova rodada está marcada para sexta-feira 17.

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Redação - 16/8/2012

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