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Bancários contam 268 assaltos a mais que os bancos

Linha fina
Pesquisa divulgada pela categoria junto com os vigilantes aponta 431 casos no semestre, mais de dois por dia, enquanto a Feenaban só contabilizou 261 no mesmo período
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São Paulo – Os assaltos a banco no primeiro semestre de 2013 alcançaram 431 ocorrências, o que corresponde a 2,3 por dia. O número é 2,6 vezes maior do que o apresentado pela Fenaban na terça-feira 20. Para a entidade representativa dos bancos, nos primeiros seis meses deste ano ocorreram 163 roubos a unidades bancárias, 268 casos a menos.

As mais de 400 ocorrências foram apontadas pela 5ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com apoio técnico do Dieese. O levantamento foi elaborado a partir de notícias veiculadas na imprensa, estatísticas de Secretarias de Segurança Pública (SSP) e informações de sindicatos e federações de vigilantes e bancários.

Os ataques a bancos totalizaram 1.484 ocorrências em todo país nos primeiros seis meses de 2013, uma média alarmante de 8,24 por dia e que representa crescimento de 17,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Desses casos, além dos assaltos (inclusive com sequestro de bancários e vigilantes), consumados ou não, houve ainda 1.053 arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos. No primeiro semestre de 2012, foram registrados 1.261 ataques, sendo 377 assaltos e 884 arrombamentos.

O número de casos provavelmente foi ainda maior já que há dificuldade de levantar informações em alguns estados e também porque muitas ocorrências não são divulgadas pela imprensa.

A pesquisa foi lançada nesta quinta-feira 22, durante entrevista coletiva, em São Paulo. Os números também superam os dados do segundo semestre de 2012, quando foram verificados 1.269 ataques, dos quais 390 assaltos e 879 arrombamentos.

São Paulo é o estado que mais uma vez lidera o ranking, com 334 ataques. Em segundo lugar aparece de novo Minas Gerais, com 170, em terceiro o Paraná, com 118, em quarto a Bahia, com 117, e em quinto a Paraíba, com 95.

A região Sudeste segue com o maior número de ataques (550), seguida do Nordeste (524), Sul (258), Centro-Oeste (123) e Norte (29).

Pouco investimento – De acordo com estudo do Dieese, com base nos balanços publicados no primeiro semestre de 2013, os seis maiores bancos lucraram R$ 29,6 bilhões e aplicaram R$ 1,6 bilhão em despesas com segurança e vigilância, o que representa uma média de 5,4% na comparação entre os lucros e os gastos com segurança.

Mortes – Outro diagnóstico da violência nos bancos é a pesquisa nacional sobre mortes em assaltos envolvendo bancos, elaborada pela Contraf-CUT e CNTV a partir de notícias da imprensa, com apoio técnico do Dieese.

No primeiro semestre de 2013, o levantamento apurou a ocorrência de 30 assassinatos, média de cinco vítimas fatais por mês – aumento de 11,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 27 mortes.

São Paulo (14), Rio (5), Bahia (3) e Rio Grande do Sul (3) foram os estados com o maior número de casos. A principal ocorrência (60%) foi novamente o crime de “saidinha de banco”, que provocou 18 mortes. Já os clientes foram outra vez a maioria das vítimas (21), seguido dos vigilantes (4). Um gerente do Banco do Brasil foi morto no Piauí.

Multas – O descaso dos bancos é evidente diante das multas aplicadas pela Polícia Federal nas reuniões da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (Ccasp).

No primeiro semestre deste ano, os bancos foram multados em mais de R$ 8,8 milhões por descumprimento da lei federal 7.102/83 e de normas de segurança. As principais infrações dos bancos foram a ausência de plano de segurança aprovado pela PF, número insuficiente de vigilantes, alarme inoperante e utilização de bancários para transporte de valores, dentre outros itens.


Redação, com informações da Contraf-CUT - 22/8/2013
(Atualizado às 11h54 de 23/8)

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