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Mais de 900 bancários doaram ao Travessia

Linha fina
Projeto voltado para crianças em risco social recebeu quase R$ 20 mil de associados que contribuíram com imposto devolvido pelo Sindicato
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São Paulo – Todo o ano o Sindicato devolve a porcentagem do imposto sindical que lhe cabe aos associados que o solicitam. Este ano, pela primeira vez, os bancários que pediram a devolução puderam optar por doar a totalidade ou parte do valor à Fundação Projeto Travessia, braço social da entidade que atua com crianças e adolescentes em situação de rua ou risco social.

A campanha por doações sensibilizou 933 bancários, que doaram ao todo R$ 19.788,12. “Queremos agradecer imensamente aos que contribuíram com esse trabalho desenvolvido há quase 18 anos e que já atendeu cerca de 13.700 pessoas, entre crianças, adolescentes e familiares”, diz a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, que também é diretora presidenta da Fundação.

Juvandia destaca que a campanha de doação do imposto sindical para o Travessia se repetirá em 2014. “Será mais uma oportunidade para que os bancários contribuam com o projeto.”

Publicidade – A coordenadora-geral do Travessia, Cleuza Rosa da Silva, informa que o montante doado será aplicado na melhoria das ferramentas de comunicação do projeto, como o site e na confecção de informativos. “Queremos ampliar a publicidade desse trabalho, com o objetivo de conquistar novas parcerias e mantenedores. Nossa comunicação também contribui para sensibilizar a sociedade civil sobre a situação desses meninos e meninas e reforçar que o lugar dessas crianças e jovens não pode ser a rua.”

O diretor financeiro do Travessia, o dirigente sindical Carlos Damarindo, explica que as ações são realizadas com recursos advindos de patrocínios, parcerias e doações. “Por isso é tão importante divulgar o projeto e é nisso que aplicaremos os recursos doados pelos bancários”, reforça.

O trabalho – A Fundação Projeto Travessia foi criada pelo Sindicato em dezembro de 1995. Desde então, desenvolve projetos de arte-educação com crianças e adolescentes que vivem nas ruas do centro da capital, sempre com o objetivo de reintegrá-las às famílias e comunidades. “Esse trabalho é o PER – Programa de Educação de Rua, que é nosso carro chefe. O PER foi recentemente ampliado com a contratação de mais educadores sociais”, informa o coordenador do PER, Marcelo Caran.

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Mas as ações do Travessia há muito foram ampliadas e o projeto passou a atuar também nos bairros de origem dessas crianças. “A tentativa de reaproximá-las das famílias nos levou a realizar projetos também nas comunidades onde essas crianças moravam e onde moram outras que, apesar de não estarem nas ruas, estão em risco social. Esse trabalho também é preventivo no sentido de evitar que outras crianças abandonem suas casas”, explica Marcelo.

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Um desses projetos é desenvolvido em parceria com uma escola pública do bairro Itaim Paulista, na zona leste da capital.

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A fundação realiza ainda ações de formação de agentes sociais, por meio de seu Núcleo de Desenvolvimento e Capacitação. “Assim compartilhamos nossa expertise e contribuímos com a formação de agentes sociais de várias regiões do estado. É um trabalho de formação muito procurado por prefeituras paulistas”, destaca Cleuza Silva.

Imposto sindical – Tributo criado durante o governo de Getúlio Vargas, há mais de 70 anos, o imposto sindical é uma taxa compulsória descontada, todo o mês de março, de todos trabalhadores com registro em carteira. O desconto equivale a um dia de trabalho (3,33% do salário).

Do total descontado, 10% vão para o Ministério do Trabalho, 10% para as centrais sindicais, 5% para a confederação nacional, 15% para as federações estaduais e a maior parte, 60%, para os sindicatos.

O Sindicato é contra a cobrança dessa taxa compulsória. Defende que o trabalhador deve sustentar sua entidade representativa, mas com contribuições decididas em assembleia. Por isso, pelo oitavo ano consecutivo devolve a parte que lhe cabe (os 60%) aos bancários com cadastro ativo na entidade e que solicitarem o reembolso.

Por mais de uma década, a entidade manteve liminar isentando os bancários da cobrança. A medida, no entanto, foi cassada pela Justiça em 2005, quando os bancários voltaram a sofrer o desconto e o Sindicato passou a devolver sua parte.


Andréa Ponte Souza - 6/8/2013

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