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Caixa: Sindicato cobra fim de abusos na SR Ipiranga

Linha fina
Em reunião com a Superintendência Regional da Caixa, trabalhadores cobraram fim das horas negativas e do acúmulo de funções por caixas e tesoureiros; banco prometeu reorientar gestores
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São Paulo – Em reunião realizada com a Superintendência Regional Ipiranga da Caixa, na quinta-feira 4, o Sindicato, junto com Apcef (Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal) e Fetec/CUT-SP (Federação dos Bancários da CUT de SP), cobrou o fim de diversas irregularidades nas agências subordinadas a essa chefia. Entre os problemas denunciados pelos bancários estão: acúmulo de funções por caixas e tesoureiros e o chamado “banco de horas negativas”.

Caixas – “O Sindicato recebeu muitas reclamações dos bancários desta superintendência. No caso dos caixas, com a reestruturação imposta pelo banco, eles são desviados para atividades comerciais e até mesmo para o autoatendimento, onde distribuem senhas, auxiliam usuários e orientam clientes que desejam pagar contas direto no caixa a usarem terminais ou correspondentes bancários. Ou seja, o banco faz com que o caixa oriente a população a não usar o caixa. Assim, o trabalhador joga contra a existência do próprio cargo”, relata o dirigente sindical e empregado da Caixa Francisco Pugliesi.

“Ao mesmo tempo em que é cobrado individualmente por metas de venda de produtos, o bancário tem de cumprir determinado número de autenticações como caixa. Assim, fica sobrecarregado, perde o foco e corre sérios riscos operacionais e de segurança. Uma pessoa que tem acesso ao caixa não pode ficar exposta no autoatendimento”, acrescenta.

Tesoureiros – Segundo o dirigente, desde que os tesoureiros da Caixa passaram a ser subordinados diretos das agências, gestores das unidades da SR Ipiranga passaram a pressioná-los para que cumpram funções alheias ao cargo como, por exemplo, abrir o caixa. “Esse tipo de desvio é grave e fere tratados internacionais. O tesoureiro deve sempre ficar resguardado do contato com o público.”

Horas negativas – Outra prática que está tirando o sono dos empregados das agências subordinadas à SR Ipiranga é o chamado “banco de horas negativas”.

“Em dias mais tranquilos, sem qualquer antecedência, o gestor fala para o bancário ir para a casa. Porém, em dias movimentados, exige que o empregado pague estas horas. Com isso, o trabalhador perde o poder de planejar a sua vida fora do banco. Não é vantagem. Além disso, o empregado sai no prejuízo, já que a hora extra deve ser paga acrescida de 50% do seu valor”, explica Francisco. “E o mais grave: ao ficar devendo horas para o banco, por pressão do gestor, o bancário pode sofrer um processo administrativo”, acrescenta.

Resposta – Em resposta aos questionamentos do Sindicato, a SR Ipiranga alegou que tais práticas não fazem parte da sua política e assumiu o compromisso de reorientar gestores para que não desviem as funções de caixas e tesoureiros, além de interromper qualquer pressão para acúmulo de horas negativas pelos empregados.

“Iremos acompanhar de perto a situação nas agências. Esses abusos configuram assédio moral e, caso continuem ocorrendo, os bancários devem denunciar ao Sindicato por meio do canal Assuma o Controle [CLIQUE AQUI]. O sigilo é garantido”, destaca Francisco, reforçando ainda que protestos e paralisações não estão descartados se as irregularidades persistirem.


Felipe Rousselet - 4/8/2016
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