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São Paulo – Aumento real de 5%; reajustes maiores para PLR, vales refeição e alimentação, auxílio-creche; valorização do piso; auxílio-educação em todos os bancos; parcelamento do adiantamento de férias; renovação do vale-cultura; manutenção do vale-refeição na licença-maternidade; ampliação da licença-paternidade.
Essas foram algumas das principais reivindicações que o Comando Nacional dos Bancários levou à federação dos bancos (Fenaban) na primeira rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2016. A reunião, realizada na quinta-feira 18, segue na manhã da sexta-feira, com debates sobre saúde, segurança e condições de trabalho.
“Mostramos aos negociadores dos bancos que 25% das categorias tiveram aumento acima da inflação de janeiro a maio deste ano. Os bancários querem estar nessa estatística já que trabalham para o setor mais lucrativo do país”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando.
E as reivindicações são totalmente factíveis. Além do lucro – que somente entre os cinco maiores que compõem a mesa da Fenaban bateu a casa dos R$ 30 bilhões até junho deste ano –, Juvandia lembrou que os gastos dessas instituições com a remuneração dos bancários cresceu apenas 7,2%, apesar do reajuste de 10% conquistado no ano passado.
“Temos 128 artigos na nossa pauta de reivindicação e todos são muito importantes. Até amanhã [sexta 19] vamos passar toda a pauta e queremos que os bancos tragam logo para a mesa uma proposta que valorize os bancários”, afirmou o presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto Von der Osten.
Mais empregos – Emprego é prioridade e os números comprovam que os bancos estão devendo aos trabalhadores. “Extinguem postos de trabalho com salários mais altos e os que são contratados ganham menos. Estão economizando e lucrando à custa dos bancários”, criticou a secretária-geral do Sindicato, Ivone Silva, lembrando que somente este ano, até o mês de junho, o setor eliminou 6.785 postos de trabalho. “Querem empurrar à sociedade as agências digitais, onde os bancários sofrem com condições de trabalho muito ruins. E fingem ignorar, também, que quase metade da população brasileira segue sem acesso à internet e precisa de bancários para o atendimento.”
> Bancários querem avanços nas agências digitais
Desigualdade, não – Outra crítica feita aos bancos na mesa de negociação refere-se à absurda desigualdade entre a remuneração de homens e mulheres.
Em 2014 (dados mais recentes do II Censo da Diversidade dos Bancários), as bancárias ganhavam em média 77,9% do que os colegas do sexo masculino. Pouco mais que os 76,4% observados no I Censo, em 2008.
“Nesse ritmo, as mulheres levariam 88 anos para ganhar o mesmo que os homens nos bancos”, explica Ivone. “Além de uma grande injustiça, isso causa uma enorme distorção, já que as bancárias representam 49% da categoria, e têm salários mais baixos mesmo exercendo função similar à dos bancários.”
Cláudia Motta – 18/8/2016
Essas foram algumas das principais reivindicações que o Comando Nacional dos Bancários levou à federação dos bancos (Fenaban) na primeira rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2016. A reunião, realizada na quinta-feira 18, segue na manhã da sexta-feira, com debates sobre saúde, segurança e condições de trabalho.
“Mostramos aos negociadores dos bancos que 25% das categorias tiveram aumento acima da inflação de janeiro a maio deste ano. Os bancários querem estar nessa estatística já que trabalham para o setor mais lucrativo do país”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando.
E as reivindicações são totalmente factíveis. Além do lucro – que somente entre os cinco maiores que compõem a mesa da Fenaban bateu a casa dos R$ 30 bilhões até junho deste ano –, Juvandia lembrou que os gastos dessas instituições com a remuneração dos bancários cresceu apenas 7,2%, apesar do reajuste de 10% conquistado no ano passado.
“Temos 128 artigos na nossa pauta de reivindicação e todos são muito importantes. Até amanhã [sexta 19] vamos passar toda a pauta e queremos que os bancos tragam logo para a mesa uma proposta que valorize os bancários”, afirmou o presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto Von der Osten.
Mais empregos – Emprego é prioridade e os números comprovam que os bancos estão devendo aos trabalhadores. “Extinguem postos de trabalho com salários mais altos e os que são contratados ganham menos. Estão economizando e lucrando à custa dos bancários”, criticou a secretária-geral do Sindicato, Ivone Silva, lembrando que somente este ano, até o mês de junho, o setor eliminou 6.785 postos de trabalho. “Querem empurrar à sociedade as agências digitais, onde os bancários sofrem com condições de trabalho muito ruins. E fingem ignorar, também, que quase metade da população brasileira segue sem acesso à internet e precisa de bancários para o atendimento.”
> Bancários querem avanços nas agências digitais
Desigualdade, não – Outra crítica feita aos bancos na mesa de negociação refere-se à absurda desigualdade entre a remuneração de homens e mulheres.
Em 2014 (dados mais recentes do II Censo da Diversidade dos Bancários), as bancárias ganhavam em média 77,9% do que os colegas do sexo masculino. Pouco mais que os 76,4% observados no I Censo, em 2008.
“Nesse ritmo, as mulheres levariam 88 anos para ganhar o mesmo que os homens nos bancos”, explica Ivone. “Além de uma grande injustiça, isso causa uma enorme distorção, já que as bancárias representam 49% da categoria, e têm salários mais baixos mesmo exercendo função similar à dos bancários.”
Cláudia Motta – 18/8/2016