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Chapéu
SIPAT

Mais uma vez, Santander economiza com a saúde dos bancários

Linha fina
Pelo segundo ano consecutivo, banco - que atinge recorde de lucros, adoece trabalhadores e demite muitos dos que perderam benefício do INSS - deixa de promover Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat) de forma presencial
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Arte: Marcio Baraldi

Pelo segundo ano consecutivo, o Santander deixou de realizar a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat) de forma presencial nos seus prédios administrativos. O banco - que atinge seguidos recordes de lucro, adoece trabalhadores e ainda demite muitos dos que perderam os benefícios do INSS - está promovendo o evento apenas na sua plataforma virtual, entre os dias 20 e 24 de agosto. 

“Ou seja, na prática, a Sipat não está ocorrendo em um dos bancos com maior incidência de doenças resultantes do trabalho excessivo, das metas e do assédio”, protesta Lucimara Malaquias, dirigente sindical e bancária do Santander.  

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A Norma Regulamentadora (NR-5), editada pelo Ministério do Trabalho, determina que a Sipat deve ser realizada obrigatoriamente em empresas com Comissão Interna de Prevenção de Acidente (Cipa), e tem o objetivo de conscientizar os empregados sobre a saúde e segurança no trabalho, além de tratar sobre acidentes e doenças por meio de palestras, treinamentos, avaliações médicas, atividades lúdicas, entre outras.

“Mas o Santander não envolve os cipeiros na construção do evento, tampouco se preocupa com a participação dos trabalhadores. Como um trabalhador de teleatendimento vai conseguir deixar de atender um cliente para visualizar uma palestra online? E os que conseguem terão um nível muito menor de absorção e compreensão dos conteúdos do que se participassem de palestras e eventos, onde o envolvimento é muito maior através das dúvidas que podem ser tiradas ou por meio da participação em gincanas”, afirma Lucimara.   

Para a dirigente, a Sipat poderia abordar questões como tabagismo, alcoolismo, uso de antidepressivos, atividades físicas, exames preventivos, e conscientização contra doenças do trabalho. 

“Quando a Sipat é presencial, os ganhos são muito maiores, porque há estímulo ao trabalhador, há socialização, há integração, mas, como sempre, ao priorizar o lucro e a economia que a não realização de um evento como esse resultará, o banco que adoece seus funcionários por meio do assédio moral e das metas abusivas quer evitar que seus empregados deixem de trabalhar algumas horas e tomem consciência sobre questões de saúde do trabalho que muitas vezes são negligenciadas ou desrespeitadas pelo próprio Santander.”

Santander deve envolver Cipa na construção da Sipat

A dirigente reforça a importância do Santander planejar com antecedência e envolver a Cipa na construção do Sipat.

“Nesse evento é possível detectar diversas necessidades da empresa que poderiam ser supridas durante e após a Sipat. O banco poderia, inclusive, discutir violência no trânsito, que faz tantas vítimas no Brasil, inclusive entre os próprios funcionários. Embora o banco não seja o responsável por essas vítimas, seus funcionários também são cidadãos com necessidades amplas, e essa seria uma forma de contribuir com a sociedade com a qual essa empresa lucra tanto. Está aí uma excelente oportunidade de marketing social”, sugere Lucimara. 

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