A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) divulgou nota, na segunda-feira 19, em repúdio ao laudo elaborado por peritos da Polícia Técnica do Amapá (Politec-AP) e divulgado pela Polícia Federal (PF) atestando que o cacique Emyrá Wajãpi, que teve seu corpo encontrado em 23 de julho na Terra Indígena Waiãpi, teria morrido em decorrência de afogamento.
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
“Um verdadeiro absurdo! Este laudo contradiz o testemunho de indígenas que lá estavam corroborados pela APINA – Conselho das Aldeias Wajãpi, além do relato da prefeita de Pedra Branca, do comandante da PM, coronel Paulo Mathias, e de outras autoridades que acompanharam de perto caso e que afirmam que haviam sim indícios claro de que um assassinato foi cometido!”, diz o texto.
“Além disso, um garimpeiro foi preso do dia 8 de agosto na Reserva Extrativista Brilho de Fogo, em Pedra Branca do Amapari, a oeste da Terra Indígena Waiãpi. Com ele, foram apreendidas duas espingardas calibres 12 e 20, além de mantimentos e farta munição, conforme já havia sido denunciado sucessivas vezes pela APINA há semanas!”
Na sexta-feira 16, a Polícia Federal divulgou o resultado preliminar do exame necroscópico apontando morte por afogamento. “O laudo conclui que o conjunto de sinais apresentados no exame, corroborado pela ausência de outras lesões com potencial de causar a morte, sugere fortemente a ocorrência de afogamento como causa da morte de Emyra Waiãpi”, disse a nota.
Para a Apib, a divulgação do laudo tem como objetivo “descredibilizar a palavra dos indígenas e também encerrar as investigações”, atendendo a interesses de quem quer explorar as terras Wajãpi. “Exigimos que providências sejam tomadas. Que as investigações sejam realizadas de maneira séria e responsável para que uma guerra e mais derramamento de sangue seja evitado. Nenhuma gota a mais!”, conclui a nota.