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Desmonte

'Governo faz ataque feroz em cima da Caixa', diz Takemoto sobre privatizações

Linha fina
Para o presidente da Fenae, venda de ativos vai desembocar no enfraquecimento da atuação do banco público na área de programas sociais
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Foto: Reprodução

Os bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal, têm atuado de forma relevante para mitigar os efeitos negativos da crise causada pela pandemia de Covid-19. No entanto, as ameaças de entrega destas instituições brasileiras para o setor privado continua em pauta.

Mesmo em um momento de crise sanitária, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou – sem abrir os nomes das empresas – que o governo deve anunciar em até 60 dias “três ou quatro” privatizações. É sabido que Guedes também já disse, em momentos anteriores, que este seria um “excelente ano” para as subsidiárias da Caixa Econômica Federal fazerem uma oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês).

Para Sérgio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), a venda de ativos da Caixa vai desembocar no enfraquecimento de toda sua atuação na área de programas sociais. “É um risco muito grande esse ataque feroz que o governo está fazendo em cima da Caixa”, disse nesta sexta-feira (7) em live da Carta Capital, que contou também com a participação de Arthur Koblitz, representante da Associação dos Funcionários do BNDES (AFBNDES).

“A saída da crise vai demorar mais sem os bancos públicos. Não há como os bancos privados atuarem ou agirem”, completou, Takemoto. 

Há três dias, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vendeu  R$ 8,1 bilhões em ações da Vale – o equivalente a 2,5% do capital da mineradora. Ao ser questionado qual seria o sentido de vender as ações da Vale, Koblitz lembrou que uma das metas de Gustavo Montezano, ao assumir a gestão no BNDES há um ano, era vender essa participação.

“O problema principal dessas vendas que é o BNDES foi incapaz de apresentar um plano de investimento. O que se verifica, na prática, é que eles querem que o BNDES venda sua carteira para levar recursos para o Brasil [governo]. Precisa do BNDES  para colocar a economia para funcionar e isso é um descompasso com que o resto do mundo está fazendo”, criticou.

No mesmo sentido, Takemoto também lembrou da venda de ações da Petrobras pela Caixa: “A Caixa tinha ações da Petrobras que foram vendidas sem necessidade para mandar recursos para o governo. A Caixa já vendeu parte das loterias e estão querendo vender a gestão de seguros e cartões. E agora está anunciando – com o sucesso das contas digitais cadastradas – a criação de um banco digital para vender”, criticou. “A Caixa vai perder as partes mais rentaveis e o que vai sobrar?” questiona.

A reportagem é do site Reconta Aí

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