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Chapéu
Lucro com extinção de empregos

Lucro do Banco do Brasil cresce 48,4% e alcança R$ 10 bi no semestre

Imagem Destaque
Fachada de agência do Banco do Brasil

O Banco do Brasil alcançou lucro líquido ajustado de quase R$ 10 bilhões no primeiro semestre deste ano, uma alta de 48,4% em relação ao mesmo período do ano passado. No segundo trimestre, o lucro foi de R$ 5 bilhões, um aumento de 52,2% em relação ao segundo trimestre de 2020. O banco destaca nesse resultado a redução das provisões para lidar com devedores duvidosos (PCLD Ampliada) e o crescimento da carteira de crédito.

Mas apesar do lucro nas alturas, o balanço do BB mostra o fechamento de postos de trabalho, resultado influenciado pelos desligamentos de funcionários por meio do Programa de Adequação de Quadros (PAQ) e do Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), medidas da reestruturação realizada no banco, sob a direção do governo Bolsonaro. Foram 6.956 postos de trabalho em doze meses (de junho de 2020 a junho de 2021), sendo que 2.358 postos foram fechados do primeiro para o segundo trimestre.

Ao mesmo tempo em que o quadro de pessoal diminuiu - ao final de junho deste ano, o BB contava com 85.518 funcionários -, o número de clientes aumentou em 2,9 milhões em doze meses. Resultando em sobrecarga aos bancários.

O dirigente sindical Getúlio Maciel denuncia que, não bastasse a sobrecarga que resulta da redução do quadro e do aumento de clientes, o BB ainda deixa de compensar os funcionários que foram os responsáveis pelo lucro nas alturas. “Apesar da redução de agências, perda do quadro funcional e reestruturações que geram programas de demissões desnecessários e sobrecarregam os funcionários que permanecem, já há declaração na imprensa, vindo da Vice-Presidência de Gestão Financeira e da Diretoria de Relações com Investidores no sentido de que o reajuste salarial a ser concedido aos trabalhadores em setembro/21 atrapalha o crescimento da empresa porque afeta o resultado em relação ao aumento de custos. Mais um desrespeito aos funcionários do BB que geram o referido o resultado. Lamentável a visão do atual corpo Diretivo do BB no (des)governo Bolsonaro", critica Getúlio.

Além de reduzir o quadro, também foram fechadas 390 agências e 33 postos de atendimento bancário, em comparação com junho de 2020. Resultando em pior atendimento à população. “O Sindicato e as demais entidade representativa dos trabalhadores vêm denunciando e lutando contra esse verdadeiro desmonte do banco público. O BB tem de estar onde os bancos privados não têm interesse de ir: nos bairros periféricos e pobres, e nos municípios menores e mais afastados dos grandes centros. Isso é papel de um banco público: atender a toda a população. Mas ao invés disso, sob o governo Bolsonaro, o BB está fechando agências e se retirando de regiões onde muitas vezes ele era o único banco presente. Isso é inadmissível!”, ressalta o dirigente.

Outros dados do balanço

As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias ficaram praticamente estabilizadas (+0,4%) em um ano, alcançando R$ 14,1 bilhões em junho de 2021. Já as despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, aumentaram 11,6%, totalizando R$ 12 bi no período. Isso significa que só com as receitas secundárias do banco, ele cobriu sua folha de pagamento em 117,4% no semestre.

No semestre retorno sobre o patrimônio líquido (RPSL) ajustado cresceu 3,9 pontos percentuais (p.p.) em doze meses, chegando em 14,1%.

A carteira de crédito ampliada teve crescimento de 6,1% em doze meses e de 1,1% no trimestre, totalizando R$ 766,5 bilhões em junho de 2021.

O segmento de Pessoas Física cresceu 10,3% em doze meses, totalizando R$ 240,6 bilhões, com destaque para cartão de crédito (+33,9%), empréstimo pessoal (+20,7%) e crédito consignado (+16,4%).

No segmento de Pessoa Jurídica, o crescimento foi de 4,0% na mesma comparação, totalizando R$ 282,2 bilhões, com destaque para o crédito voltado às Micro, Pequenas e Médias Empresas, que cresceu 24,8% em relação a junho de 2020.

A carteira do Agronegócio (que representa 54,4% do segmento no país) cresceu 9,7% em doze meses, chegando à marca histórica de R$ 205,9 bilhões em junho de 2021.

As despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) ampliada diminuíram 52,1% no semestre, em relação ao mesmo período de 2020, totalizando R$ 5,4 bilhões. O índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias seguiu em queda e alcançou 1,86% em junho, com redução de 0,98 p.p. em 12 meses, abaixo da inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (2,30%).

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