
O Itaú encerrou o primeiro trimestre de 2025 com um lucro líquido recorrente gerencial de R$ 11,128 bilhões, o que representa um crescimento de 13,9% em comparação ao mesmo período de 2024, conforme divulgado pelo banco na quinta-feira (8). Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, o lucro apresentou um aumento de 2,2%.
O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio subiu para 22,5%, ante 21,9% no mesmo período do ano anterior e 22,1% no último trimestre. Com isso, o banco superou os resultados do Santander (17,4%) e do Bradesco (14,4%). Nas operações brasileiras, o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) do Itaú chegou a 23,7%, contra 22,7% no mesmo período de 2024 e 23,4% no trimestre anterior.
Enquanto lucra, Itaú acaba com empregos
Em 2024, o Itaú encerrou as atividades de 219 agências físicas. No que diz respeito ao quadro de funcionários, a holding finalizou o ano com um total de 86.228 trabalhadores. Ao longo dos 12 meses, houve a criação de 373 vagas, embora o último trimestre tenha registrado o encerramento de 635 postos de trabalho.
Valeska Pincovai é bancária do Itaú e secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Na visão da dirigente, diante de tamanho lucro, o banco deveria cumprir sua responsabilidade social, evitando demissões e acabando com as metas abusivas.
"O Itaú vem fechando agências mensalmente no Brasil todo! O medo do desemprego assola os bancários e a pressão por metas é cada vez maior nos locais de trabalho. Com este lucro apresentado à custa do adoecimento dos trabalhadores, o banco tem o dever de proporcionar melhores condições de trabalho, contratando mais bancários, e não fechando agências."
Valeska Pincovai
Adoecimento cresce junto com os lucros
Desde o início de 2025 até o presente momento, a Secretaria de Saúde do Sindicato atendeu 840 bancários adoecidos. Desse total, 445 são bancários e bancárias do Itaú. Com isso, o banco já representa 52,97% dos atendimentos na categoria, percentual alarmante, considerando o grande número de instituições financeiras presentes na base de representação do Sindicato.
"A realidade no Itaú hoje é muito triste para os trabalhadores que sofrem de depressão, ansiedade, Burnout e outros problemas relacionados à saúde mental. O banco precisa mudar sua postura e reconhecer o esforço dos trabalhadores, garantindo metas justas e condições apropriadas de trabalho", defende Valeska.
