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Artigo

Ivone Silva: Acionistas da Petrobras enriquecem à custa da miséria da população

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Foto da presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. Ela é uma mulher negra, de cabelos negros e encaracolados na altura dos ombros, e usa um terno na cor creme, e uma camisa preta

A atual política de preços da Petrobras adotada durante o Governo Temer e mantida pelo Governo Bolsonaro tem impactado a inflação e contribuído com a pobreza da sociedade brasileira. O índice geral de inflação medido pelo INPC-IBGE em junho, no acumulado de 12 meses, ficou em 11,92%, porém no mesmo período o preço da gasolina cresceu 27,09% e o óleo diesel obteve variação de 59,1%. Este resultado, em razão dos fretes, pressionou o preço dos alimentos que subiram 13,89%.

Sem dúvida, a inflação recorde dos combustíveis se trata de uma transferência de riqueza promovida pelo Governo Bolsonaro. Neste primeiro semestre, a Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 98,9 bilhões, alta de 124,6% ante o mesmo período de 2021. A partir deste resultado, a empresa distribuirá R$ 136,3 bilhões aos seus acionistas, sendo já distribuído nas últimas semanas o montante de R$ 48,5 bilhões e previsão de antecipação de mais R$ 87,81 bilhões.

A remuneração aos acionistas beneficia o próprio governo federal, que utilizará da antecipação de dividendo para bancar o tal “pacote de bondades” que inclui auxílios emergenciais aos caminhoneiros e taxistas e desonerações tributárias que visam a queda nos preços dos combustíveis. Medidas de cunho eleitoreiro que tentam alavancar Bolsonaro nas pesquisas eleitorais.

Utilizar da remuneração de lucros para bancar a queda no preço dos combustíveis é de total contradição. Apenas uma política de preços que atenda a sociedade e não aos acionistas se manterá sustentável. Maximizar a distribuição de dividendos é deixar de investir o que pode acarretar graves consequências para o futuro da estatal. Uma lógica já conhecida nos processos de privatização, ou seja, o desmonte.

Paralelamente, os trabalhadores em campanha salarial têm encontrado grandes desafios. A direção da empresa apresenta retirada de direitos e reajuste abaixo da inflação.

Pensar no futuro do país, é dialogar sobre a soberania energética que continua ameaçada pelos planos de privatização do Governo Bolsonaro. A luta por uma empresa estatal rentável que tenha compromisso com seus trabalhadores e com toda a sociedade é mais que necessária.

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