Pular para o conteúdo principal

Ataques ao Banco do Brasil expõem tentativa de fragilizar instituições e a economia

Imagem Destaque
Imagem da bandeira do Brasil, acompanhada da frase "O bb é dos brasileiros"

Nas últimas semanas, o Banco do Brasil se tornou alvo de uma onda de ataques políticos e de desinformação que expõem uma tentativa não apenas de desestabilizar o mercado financeiro, mas também de fragilizar instituições fundamentais do Estado brasileiro. As fake news disseminadas nas redes sociais provocaram uma queda de cerca de 7% no valor das ações da instituição, mostrando o quanto narrativas falsas, quando espalhadas de forma coordenada, podem impactar a economia real e abalar a confiança da sociedade.

As distorções giraram em torno da chamada Lei Magnitsky, dos Estados Unidos, utilizada por grupos bolsonaristas como justificativa para propagar a ideia de que o Banco do Brasil estaria sujeito a sanções internacionais por não bloquear os cartões do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. Por ser um banco estatal e responsável pelo repasse dos salários dos ministros do Supremo, o BB virou alvo preferencial de boatos em redes sociais. Alguns influenciadores chegaram a sugerir que a população retirasse seus recursos do banco, sob a alegação infundada de que a instituição poderia sofrer restrições do governo americano, o que além de uma irresponsabilidade, pode ser responsabilizado como um crime contra o sistema financeiro.

Mesmo sem qualquer indício de descumprimento da legislação estrangeira por parte do BB, os boatos tiveram efeito imediato no mercado, alimentando o fenômeno conhecido como “profecia autorrealizável”, no qual mentiras repetidas influenciam expectativas e acabam provocando movimentos financeiros que parecem confirmar a falsa narrativa.

Reação do Banco do Brasil

O Banco do Brasil reagiu com firmeza. Encaminhou um ofício à Advocacia-Geral da União (AGU) denunciando a campanha de desinformação e classificando os ataques como atentados contra a soberania nacional. A direção lembrou que a instituição é sólida, auditada, transparente e cumpre rigorosamente todas as normas internacionais. Trata-se do maior banco público da América Latina, com mais de dois séculos de história, peça-chave para o desenvolvimento do país e para a estabilidade do sistema financeiro. A quem interessa, portanto, minar a confiança em um patrimônio público estratégico?

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontou a clara motivação política por trás da ofensiva. Ele classificou o ambiente atual como “tóxico” e destacou que os ataques partem de setores bolsonaristas que tentam corroer a democracia. Segundo o ministro, circulam mensagens nas redes incentivando corridas bancárias contra o BB, numa tentativa deliberada de criar artificialmente um cenário de instabilidade. “Isso compromete a saúde da democracia brasileira. Por isso, não podemos arredar pé da defesa das instituições”, declarou.

O Banco do Brasil é uma instituição fundamental para o país. Criado em 1808, é o banco mais antigo do Brasil e foi pioneiro na concessão de crédito agrícola, no apoio às exportações e no financiamento de setores produtivos estratégicos. Diferente dos bancos privados, que operam com foco exclusivo no lucro, o BB alia competitividade de mercado à função pública, garantindo crédito a pequenos produtores rurais, micro e pequenas empresas, além de programas sociais de grande alcance. É um verdadeiro agente de política pública, essencial para a soberania financeira e para a democratização do crédito. Atacar o BB significa enfraquecer a capacidade do Estado brasileiro de promover desenvolvimento econômico e inclusão social.

27ª Conferência Nacional dos Bancários

O tema também ganhou destaque na 27ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada em São Paulo, que reuniu 629 delegados de todo o país. O encontro reforçou o papel do movimento sindical na defesa do emprego, das condições de trabalho, da saúde dos trabalhadores e o fortalecimento dos bancos públicos, considerados pilares da economia nacional. A presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro, destacou a relevância do encontro: “Reforçamos nosso compromisso com a saúde, condições de trabalho, conquistas para os trabalhadores e a defesa dos bancos públicos. Mais do que nunca, precisamos garantir regras que responsabilizem as plataformas digitais e as redes sociais pelos danos causados por informações falsas. O Banco do Brasil é patrimônio público e símbolo da nossa soberania. Não aceitaremos que interesses políticos e econômicos tentem destruí-lo”, afirmou.

Mesmo em meio às campanhas de difamação, o BB continua sendo reconhecido pela solidez e credibilidade. É uma instituição de capital aberto, com acionistas privados, mas sob controle estatal, o que garante transparência na gestão e compromisso público. Em rankings internacionais, figura entre os bancos mais resilientes da América Latina, com práticas de governança consolidadas. Sua importância vai além das finanças: o BB é fundamental para programas como o Plano Safra, que financia milhões de agricultores, e políticas de crédito habitacional e estudantil.

Ato em defesa do Banco do Brasil e dos seus trabalhadores

Como resposta aos ataques, nesta quarta-feira, 27 de agosto, às 10h, o Sindicato vai promover um ato no prédio da Superintendência do BB, na Avenida Paulista, em defesa do Banco do Brasil e dos seus trabalhadores.

“Neste ato, vamos pedir a responsabilização dos envolvidos no ataque coordenado ao Banco do Brasil, à economia brasileira e ao Sistema Financeiro Nacional. Estamos nos referindo aos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Gustavo Gayer (PL-GO) e ao advogado Jeffrey Chiquini, solicitando a cassação, prisão e responsabilização daqueles que atentam contra a economia e a soberania nacional”, afirma Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e vice presidenta da CUT.

“A tentativa de desestabilizar o Banco do Brasil não pode ser vista como uma disputa setorial ou uma simples polêmica política. Trata-se de um ataque à democracia e à soberania nacional. O BB é patrimônio do povo brasileiro, sustentado por sua história, por sua função pública e por sua relevância econômica e social. A resposta, portanto, precisa ser clara: defender o Banco do Brasil é defender as instituições, a economia e a soberania”, concluiu Neiva Ribeiro.

seja socio